Começa julgamento de recursos de plataformas digitais contra decisões de Moraes

Primeira turma do Supremo Tribunal análisa recurso em plenário virtual, onde os ministros podem inserir os votos no sistema eletrônico até o dia 6 de setembro.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar na madrugada desta sexta-feira (30) recursos de plataformas digitais contra decisões do ministro Alexandre de Moraes que determinaram o bloqueio de contas de investigados que fizeram postagens consideradas pelo STF como tendo teor golpista, desinformação ou ataques às instituições.

A votação é no plenário virtual da Corte e os ministros podem inserir os votos no sistema eletrônico até o dia 6 de setembro.

As plataformas questionam se o bloqueio deve ser dos oerfis de investigados ou pode ser das postagens específicas.

A discussão central é se, nos casos investigados, o bloqueio pode ser feito da conta ou se a restrição deve ser aplicada a postagens específicas.

O argumento central das plataformas é que o bloqueio do perfil representa uma censura prévia, sendo que as ordens deveriam ser para a exclusão de conteúdo específico.

A maioria dos recursos está em sigilo e foi apresentada pela plataforma X. As decisões também foram questionadas por Discord e Rumble.

A Primeira Turma é composta pelos ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Alexandre e Moraes e Flávio Dino.

Em seu voto, Moraes defendeu que um provedor não pode recorrer contra o bloqueio da conta de um usuário por ordem judicial provocada a partir de uma investigação. Segundo o ministro, esse questionamento não é cabível porque a plataforma não faz parte da investigação.

Não cabe ao provedor da rede social pleitear direito alheio em nome próprio, ainda que seja o destinatário da requisição dos bloqueios determinados por meio de decisão judicial para fins de investigação criminal, eis que não é parte no procedimento investigativo”, escreveu o ministro.

Moraes ressaltou que “uma vez desvirtuado criminosamente o exercício da liberdade de expressão, a Constituição Federal e a legislação autorizam medidas repressivas civis e penais, tanto de natureza cautelar quanto definitivas”.

O relator também votou contra um pedido do X para revisar o valor de multas aplicadas pelo descumprimento de ordens de bloqueio, que em média passam de R$100 mil. Para Moraes, “não há reparo a ser feito, diante da capacidade financeira da embargante [X] e da necessária e urgente finalidade coercitiva”.

O prazo para a rede social X cumprir a ordem judicial de instituir um representante legal no Brasil acabou na noite de ontem, quinta-feira (29).

A ordem do ministro Alexandre de Moraes, foi dada na noite desta quarta-feira (28).

Moraes confiscou contas bancárias de outra empresa que Elon Mudk é dono, a StarLink, alegando ser para pargar multas de outra empresa, o X, antigo Twitter.

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