Iggnácio comandava império deixado por Castor de Andrade, contraventor que morreu de infarto em 1997. Rogério é sobrinho de Castor e sempre teve desavenças com o ‘parente’.
Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) soltou, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu o contraventor Rogério Andrade.
Diferentemente do STF, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), desencadeou à Operação Último Ato nesta terça-feira (29), em que afirma que o bicheiro mandou matar o rival Fernando Iggnácio.
Rogério de Andrade foi preso na casa dele, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Outro detido é Gilmar Eneas Lisboa, pego em Duque de Caxias. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri.
Iggnácio era genro e herdeiro do contraventor Castor de Andrade, e foi executado em 10 de novembro de 2020 em uma emboscada no Recreio dos Bandeirantes. Ele tinha acabado de desembarcar de um helicóptero, vindo de Angra dos Reis, na Costa Verde, e foi alvejado ao caminhar até o carro. Os tiros foram de fuzil 556.
Castor de Andrade era um dos donos de banca do jogo do bicho e morreu de infarto em 1997. Iggnácio assumiu o império criminoso e o expandiu com máquinas de caça-níqueis ilegais.
Rogério é sobrinho de Castor e sempre teve desavenças com o marido da prima. Hoje, Togério é patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e o maior bicheiro do Rio.
Em março de 2021, o MPRJ tinha denunciado Rogério Andrade pelo mesmo crime. No entanto, em fevereiro de 2022, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu trancar a ação penal contra o contraventor, alegando falta de provas.
“Em novo procedimento investigatório criminal, o Gaeco identificou não só sucessivas execuções protagonizadas pela disputa entre os marginais Fernando Iggnácio e Rogério de Andrade, mas também a participação de um outro criminoso no homicídio de Fernando: Gilmar foi o responsável por monitorar a vítima até o momento do crime”, narra o MPRJ.
Sem tornozeleira em benefício concedido por Kassio Nunes Marques do STF
Em abril deste ano, Rogério Andrade retirou a tornozeleira eletrônica que monitorava seus deslocamentos, após uma decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). O contraventor ficou quase 1 ano e meio com a tornozeleira eletrônica e cumprindo recolhimento domiciliar noturno — não podendo sair de casa após as 18h.
A vigilância eletrônica decorria da 2ª fase da Operação Calígula, em agosto de 2022, quando Andrade foi preso ao lado do filho.