Aumento de 0,5% é o dobro do de setembro, quando a Selic havia subido 0,25 ponto, para 10,75% anuais, após três reuniões de estabilidade
O Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (6), aumentar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano, em meio ao aumento das preocupações com o aumento das pressões inflacionárias, com o cenário externo mais incerto e a piora do quadro fiscal, sem uma definição do novo pacote de corte de gastos do governo.
Os erros do governo na condução da economia do país, levarsm o Banco Central a radicalizar e todos sofrem as consequências. Este é o segundo aumento consecutivo dos juros no país, além de ser a maior elevação da taxa desde maio de 2022.
A decisão do COPOM foi unânime, mas o BC não sinalizou quando pretende encerrar o ciclo de alta de juros, iniciado em setembro. Na reunião anterior, em setembro, a Selic havia subido 0,25 ponto, para 10,75% anuais, após três reuniões de estabilidade.
A taxa de juros real (descontada a inflação) do Brasil passou para 8,08% ao ano, considerando a inflação projetada para os próximos 12 meses, conforme dados da MoneYou.
Quando se trata de maiores taxas de juros do mundo, o Brasil está atrás apenas da Turquia e da Rússia, cujas taxas de juros reais anuais estão em 15,18% e 12,19%, respectivamente.
No comunicado em que informa o resultado da reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC fez poucas alterações em relação à nota da reunião anterior, mas piorou as perspectivas para a inflação futura e elevou de 4,36% para 4,60% a previsão de inflação deste ano — acima do teto da meta de 4,50%. Para 2025 e para o primeiro trimestre de 2026, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passaram de 3,7% e 3,5% para 3,9% e 3,6%, respectivamente.
O BC pede “apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal”. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha na finalização de um conjunto de medidas de corte de gastos, que poderá ser detalhado ainda nesta semana.
Segundo o Banco Central, essas medidas contribuirão para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.