As vergonhosas políticas carioca e brasileira não conseguem enfrentar marginais contra tiros que atingiram argentino e toda sociedade brasileira
Por Victório Dell Pyrro
O ex-secretário de Turismo de Bariloche baleado na cabeça quando tentava ir visitar um dos pontos turísticos mais famosos do mundo, o Cristo Redentor continua em estado gravíssimo na UTI.
É gravíssimo também o estado de descaso, incompetência ou conivência das autoridades brasileiras com o péssimo sistema judiciário que permite tragédias como essa, que afetam, nesse caso, diretamente o setor de turismo e a economia.
A saúde do ex-secretário de turismo de Bariloche, na Argentina, que foi baleado na cabeça ao entrar por engano no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, Região Central, na tarde desta quinta-feira (12), deveria servir como um alerta de que tudo vai mal.
Gastón Fernando Burlón seguia com a família de carro para o Cristo Redentor quando o GPS o direcionou para a comunidade. A Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) apura se os disparos foram feitos por dois adolescentes.
De acordo com a polícia, Burlón — que é empresário do setor de turismo na região de Bariloche — estava em um Volkswagen Taos, na companhia da mulher e dois filhos, quando o veículo foi abordado pelos criminosos, que seriam menores de idade.
Segundo testemunhas, os bandidos teriam mandando o ex-secretário parar. No entanto, ele acelerou, e os criminosos atiraram.
Ao menos dois tiros o acertaram: no tórax e na cabeça. Ele foi socorrido e está internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Por conta da gravidade, Burlón não foi operado. Mais ou menos o que acontece com nosso sistema jurídico, que beneficia criminosos.
E os exemplos vêm de cima. Temos na presidência da República e o mundo sabe disso, um sujeito que foi condenado e preso por corrupção, por afanar o dinheiro do povo e milagrosamente teve todos as suas condenações anuladas.
O ex-secretário de turismo de Bariloche e presidente da Associação Argentina de Viagens e Turismo de Bariloche viajou para o Rio com os filhos e a esposa, Nadia Loza, secretária de turismo da província argentina de Salta.
A família Brasil também é vítima da impunidade que faz com que marginais atuem livremente, sem medo de punição e agindo como se donos do mundo fossem.
E talvez sejam. Os que dão os exemplos superiores garantem a impunidade com boas relações com políticos que poderiam mudar a história do país, mas preferem se locupletar e não questionar absurdos que só eles, por força de lei poderiam fazer aos poderosos do judiciário.
Lá fora, a criminalidade aqui, ecoa. Jornais argentinos já repercutem o incidente que vitimou Burlón. O jornal “La Nación” lembrou que onde o ex-secretário foi baleado fica a 7 KMs do Cristo Redentor e a 10 KMs da praia de Copacabana.
O “Clarín” destacou que Gastón Burlón tem uma longa história na área de turismo, com seis anos na secretaria de Turismo de Bariloche, além de carreira no setor privado.