“Símbolo da impunidade”: ONG critica justiça brasileira após vídeo de Cabral na piscina

Transparência Internacional referiu-se à publicação em que Sérgio Cabral, ex-governador do Rio condenado a 400 anos de prisão, indica filmes em luxuosa cobertura

A organização não governamental (ONG) Transparência Internacional classificou como “símbolo da impunidade brasileira” o fato de Sérgio Cabral — ex-governador do Rio condenado a 400 anos de prisão — publicar vídeo nas redes sociais em que indica filmes para o final de semana.

A publicação do político foi feita na sexta-feira (17), enquanto estava em uma piscina. Sérgio Cabral foi preso preventivamente em 2016, passou para prisão domiciliar em 2022 e atualmente cumpre medidas cautelares (uso de tornozeleira eletrônica e apreensão do passaporte). 

A nota de repúdio a Cabral foi publicada pela Transparência Internacional em seu perfil oficial no X, antigo Twitter. No texto, em inglês, a ONG relembra o fato de o político ter sido condenado em 23 casos de corrupção a 400 anos e prisão.

“Este homem é um dos maiores criminosos da história brasileira. Ex-governador do Rio de Janeiro, ele foi condenado em 23 casos de corrupção a 400 anos de prisão, mas cumpriu apenas 6. Este vídeo foi gravado hoje e se tornará um símbolo da impunidade brasileira para o mundo. O estado recuperou 101 milhões de dólares de suas contas offshore, mas ele ostenta a riqueza que ainda desfruta nas redes sociais. Ele causou morte, imenso sofrimento humano e pobreza. Mas ele ri das autoridades e do povo do Brasil. O nome dele é Sérgio Cabral”, escreveu a Ong.

Desde que foi liberado da prisão em março de 2023, após ser o último político preso pela Operação Lava-Jato a deixar a cadeia, Cabral segue uma intensa agenda para limpar a imagem e apagar a lembrança dos seis anos em que ficou na cadeia. Nas redes sociais, ele retomou uma rotina que inclui atividades físicas, reuniões em família e vídeos em que compartilha dicas culturais e reflexões. Adepto aos holofotes, tem usado as redes sociais como parte da sua estratégia para voltar a ter destaque na cena política fluminense.

O vídeo na piscina, também gerou críticas de Deltan Dallagnol, que foi procurador da República e chefiou a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. Hoje filiado ao Partido Novo, Dallagnol, que teve o mandato de deputado federal cassado pelo TSE em 2023, lembrou dos mais de 400 anos de prisão a que o ex-governador do Rio foi condenado por corrupção

“Cabral na piscina da da cobertura com o Pão de Açúcar ao fundo dando dicas de filmes, depois de condenado a mais de 400 anos de prisão, que o STF vai gradativamente tirando das suas costas. O que achou de ele estar ‘livre?” Pergunta o ex procurador da Lava Jato.

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