Com a prorrogação do inquérito pelo STF, investigadores da Polícia Federal (PF) poderão tomar depoimento do ex-ministro
O ministro André Mendonça do Supremo Tribunal Federal do (STF) atendeu, meses depois, a um pedido da Polícia Federal e prorrogou o inquérito que investiga denúncias de assédio e importunação sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida.
A solicitação foi feita ao ministro André Mendonça, relator do caso na Suprema Corte, em dezembro.
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A corporação alegou que o inquérito estava quase concluído, mas que precisava de mais tempo para tomar o depoimento do ex-ministro que ainda não foi tomado.
Silvio Almeida foi demitido por Lula no dia 6 de setembro
Silvio Almeida foi demitido após ser ouvido por Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, e por Vinicius Marques de Carvalho, da Controladoria-Geral da União, que levaram o teor da conversa a Lula
A investigação tramita em sigilo no Supremo.
Mendonça, que é relator do caso no STF, prorrogou a investigação por mais 60 dias. A expectativa, porém, é de que a PF conclua o inquérito antes desse prazo.
Silvio Almeida foi demitido por Lula em setembro de 2024, após as acusações de assédio sexual. Na ocasião, o governo emitiu uma nota afirmando que nenhuma forma de violência contra as mulheres seria tolerada.
Entre as vítimas do ex-ministro estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e outras ex-alunas de Silvio Almeida. Elas teriam procurado o “Me Too Brasil”, movimento que acolhe vítimas de violência sexual.
Desde a denúncia, o ex-ministro nega veementemente as acusações de que cometeu assédio e importunação sexual. Ele sustenta que as denúncias seriam “mentiras”.
“Tentaram me matar”
No último sábado (15), Silvio Almeida fez uma postagem nas redes sociais afirmando que tentaram lhe “matar” após a revelação das denúncias de assédio e importunação sexual contra ele.
“Nestes últimos meses, tentaram me fazer esquecer quem eu realmente sou, quem eu fui e quem eu sempre quis ser. Tentaram apagar trinta anos de trabalho sério, de dedicação e de muita renúncia”, escreveu em postagem no Instagram.
Todas as denunciantes do caso já prestaram depoimento. Entre elas, a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, no começo de outubro do ano passado.
À PF, a ministra deu detalhes da denúncia de assédio. Reforçou o que já tinha dito a colegas ministros do governo, citando datas e ocasiões.
Em setembro, a PF abriu formalmente o inquérito policial para apurar as denúncias contra Silvio Almeida. No caso específico de Anielle, o crime investigado é de importunação sexual.
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