Técnica de enfermagem que quebrou braço de criança continua sumida


Fernanda Aparecida da Conceição Borges, de 25 anos, trabalhava como cuidadora de criança de 10 anos


A técnica de enfermagem filmada agredindo uma menina de 10 anos acamada, Fernanda Aparecida da Conceição Borge, de 25 anos continua foragida.

A mulher trabalhava a aproximadamente seis meses como uma das cuidadoras da vítima, uma criança e incapaz. Na última sexta-feira (21), ela foi filmada quebrando o braço da garotinha, que é paciente de home care.

Horas depois de fraturar o braço da menina, quando finalizou o plantão na noite de sexta, Fernanda juntou seus pertences e sumiu.

A criminosa entregou a escala para a cooperativa que a contratou. Depois, demitiu-se. Ela também bloqueou contato telefônico com a família da vítima e com os ex-colegas de trabalho.

Fernanda possui registro de técnica ativo no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF) desde junho do ano passado.

Fernanda Aparecida da Conceição Borges, de 25 anos é procurada por agredir criança que cuidava

A mãe de da criança contratou o home care por meio do plano de saúde. O Plano de saúde designou uma cooperativa, para cuidar da menina.

Fernanda e outras quatro enfermeiras da cooperativa se revezavam em turno de 12 horas na residência da família. Na prática, a técnica de enfermagem ficava cerca de quatro dias seguidos cuidando de Beatriz na parte do dia.

A criança nasceu com a síndrome de Moebius, um distúrbio neurológico que afeta os nervos cranianos que controlam os músculos da face e dos olhos. A condição leva à deficiência motora do rosto, resultando em pouca expressividade facial.

“Por conta da síndrome, minha filha desenvolveu outras anomalias. Ela também é autista nível quatro de suporte, considerado o mais grave dentro do espectro. Ela não fala, não anda e não come. Então, é 100% dependente dos cuidados de terceiros. Uma criança indefesa”, relata a mãe da menina, que terá a identidade preservada.

Há cerca de um mês, a mãe da criança começou a desconfiar da competência de Fernanda e solicitou a substituição dela, mas não obteve sucesso.

Nesse período, ela observou hematomas na filha, alguns deles sinalizados pelas outras profissionais que constaram as lesões antes de iniciar seus plantões. À época, uma médica da equipe também alertou a mãe sobre o comportamento diferente da criança.

Por temer que algo pudesse estar acontecendo com a filha, a mãe decidiu instalar câmeras de segurança pela residência, uma delas no quarto de Beatriz.

“Minha filha não verbaliza e, também, não chora. Então ela não conseguia demonstrar que estava sendo agredida ou machucada. Por conta do autismo, ela se automutila e se debate, não sabíamos se os hematomas eram decorrentes desses episódios ou se seriam de agressões vindas da cuidadora”, explica a mulher.

Os flagrantes das agressões aconteceram entre a última quinta e sexta-feira (21/2), na maioria deles enquanto a menina dormia. Diariamente, a mãe olhava as filmagens em que o quarto da filha estava com a luz acesa, pois não imaginava que essas agressões ocorriam durante o sono.

Imagens mostram o momento em que Fernanda deita a criança puxando pelo pescoço e dá um murro nos joelhos dela. Em seguida, cobre o rosto da menina com um pano e, por fim, torce um dos braços da garotinha, quando ocorre a fratura. A ação ocorreu na sexta-feira.

Fernanda foi filmada quebrando o braço da criança, segundo a polícia

Em outras gravações, a Fernanda dá um tapa no rosto da menina, puxa a orelha e até enche a boca da vítima com tecidos (gases), até a vítima não conseguir fechar os lábios. “Ela fez isso para que minha filha não babasse, e não precisasse ficar limpando”, acredita a mãe.

Na madrugada de sábado (22), a mãe percebeu a fratura no braço da menina, após o membro ficar completamente inchado e vermelho. “Precisamos acionar uma ambulância para levá-la ao hospital. Na unidade, os profissionais constataram que ela estava com o braço quebrado e tinha fraturas em diversas articulações do corpo, que já estavam se recuperando, então eram de agressões anteriores”, diz a mãe.

Logo após terminar o plantão dela, na sexta-feira, a mulher pediu demissão da empresa que presta o serviço de home care e encerrou a linha telefônica dela. “Ela está incomunicável. Não temos informações sobre o paradeiro dela”, conta a mãe.

“Estou chorando há dois dias. É uma dor muito grande saber que minha filha passou por isso. Sensação de que não posso dormir, porque preciso protegê-la”, lamenta a mãe.

A menina precisou ficar internada no hospital durante o fim de semana, mas já recebeu alta para continuar o tratamento em casa.

O caso foi registrado como lesão corporal na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro).

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