Vice-governadora participou de almoço com lideranças do movimento cultural do DF, na Ceilândia
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP) disse em reunião com as lideranças do movimento Hip Hop de Brasília, que os estudos para inclusão dos artistas do seguimento nas políticas públicas de cultura está sendo finalizado e em breve terá mais espaço.
Celina disse que está preparando o maior programa para a cultura no DF, e que o movimento Hip Hop, que tem conceitos de cidadania, de paz promovidos com a arte, terá espaço garantido.
“Aqui no DF, o Hip Hop está muito ligado ao coletivo, ao bem da sociedade reivindicando sempre políticas públicas que beneficiem o cidadão. Aqui o Hip Hop não picha, ao contrário, faz grafites de forma ordeira e deixa a cidade mais bonita: conscientização, disse a vice-governadora que foi aplaudida pelos integrantes do movimento.
Ao falar da criação deste novo programa de incentivo cultural, Celina destacou que a ideia é levar os movimentos culturais também para dentro das escolas. “Quero dizer para vocês que é preciso fomentar a produção de mais talentos, mais artistas, mais gente desenvolvendo suas habilidades como nas artes: na música, nas artes gráficas, onde a gente precisa e muitas vezes não encontra profissionais habilitados para suprir a demanda “, ponderou.
Celina lembrou de um programa antigo que existiu no DF chamado Picasso Não Pichava, criado em 1999, há 26 anos atrás.
“Enquanto as lideranças do rap e do Hip Hop, que são vocês, tinham poder decisório no programa, ele andou muito bem, e é por isso que vamos recriar esses movimentos com vocês “, disse Celina Leão.
O Picasso Não Pichava era um programa que tinha como foco prevenir o envolvimento de crianças, adolescentes e jovens com a criminalidade, o uso indiscriminado de drogas, bem como a discriminação, a intolerância, assim como construir e desenvolver o potencial artístico e cultural de cada indivíduo atendido. O Programa Picasso Não Pichava ofertava para a comunidade do Distrito Federal oficinas de: Grafite, Cinema, Rima e Poesia (RAP), Pintura em Tela, Audiovisual e Serigrafia.

Apesar de o novo programa que está sendo elaborado ser para todo DF, Celina disse que precisava comunicar ao movimento em Ceilândia.
Ceilândia é o berço do Hip Hop em Brasília e é justo que vocês recebam essa notícia aqui, onde esse movimento começou”, lembrou a vice-governadora.
De fato, Ceilândia lançou mesmo, astros conhecidos do Hip Hop até internacionalmente, como o DJ Jamaika.
o DJ Jamaika fez carreira em Ceilândia e teve musicas em filmes internacionais. Pioneiro do hip-hop brasiliense, liderou o grupo de rap Álibi com o irmão Kabala. Tô Só Observando, Rap do Piolho e Dois Maluco num Opala 71 são alguns do hits que tornaram o artista nacionalmente conhecido. Ele morreu após uma luta contra o câncer.
Celina e o Hip Hop
A ligação de Celina Leão com o movimento é antiga. Em 2009, há 16 anos, por exemplo, ela participou de um vídeo clipe gravado no Itapuã, de uma música do DJ Jamaika, o hit “O seu crime compensa?”, em projeto social.
O clip, que teve participação de Jamaika e foi roteirizado por Ludmila Hizin e pelo jornalista Marcos Roberto foi justamente em um movimento social. A gravação teve na produção o B.Boy Wendel Galtan. Galtan e Roberto estiveram hoje em Ceilândia, acompanhando o anúncio da vice-governadora.
Galtan, que é B.Boy, disse que o apoio de Celina Leão ao movimento só faz o Hip Hop crescer. “É tudo na hora de Deus, e essa é a hora”, agradeceu o B.Boy.
Marcos Roberto, que dirigiu o clipe em 2009, disse ao BSB Revista que é uma pena que o vídeo tenha se perdido. ” Essa é uma relíquia do movimento que se mantém há décadas na capital e, esse em especial, tenho muito carinho por ter envolvido tantos jovens na produção em torno do Hip Hop “, disse.
Hip Hop
O hip hop é um movimento cultural multifacetado que surgiu nos anos 1970 no Bronx, Nova York, e que engloba música, dança, arte de rua (grafite), conhecimento (autoconsciência) e um estilo de vida. Ele é composto por elementos como rap, breakdance e grafite. É importante ressaltar que o hip hop não é apenas um gênero musical, mas um movimento social com forte influência cultural.

