Dono da Friboi comprou mansão com vista para a Ponte JK e uma das mais caras já negociadas na capital do país
Por Victório Dell Pyrro
Os irmãos Batista voltaram definitivamente ao velho jogo de outros carnavais.
Após delações, escândalos e bilhões em acordos “suspensos”, Joesley Batista comprou um palacete na beira do Lago em Brasília e escancara a velha parceria entre dinheiro gordo e justiça fraca.
Joesley Batista, aquele mesmo que já foi tratado como vilão nacional, voltou — não pelo noticiário policial, mas pelo caderno de imóveis de luxo. Comprou, com toda discrição alardeante que Brasília permite, uma mansão de R$ 40 milhões com vista direta para a Ponte JK e, de bônus, para o Palácio do Planalto.
O recado é claro para quem frequenta por cima os poderes: quem manda em Brasília gosta mesmo é de ter o governo no horizonte e o sistema no bolso.
A propriedade é uma das mais caras já negociadas na história da capital federal. Um símbolo monumental — não só pelo preço e pelo mármore importado, mas pela ironia: aquele que detonou a classe política inteira no escândalo do “Joesley Day”, hoje desfruta tranquilamente dos dividendos do sistema que o ajudou a corroer o erário publico, sempre impunemente.
O Brasil é tão generoso que transforma réus em magnatas, corruptores em filantropos e delatores premiados em vizinhos do poder.
E não é qualquer vizinho. É aquele tipo de “novo rico” que não comprou a casa só pelo pôr do sol no Lago Sul, mas pela vista estratégica: dali se enxerga o Planalto, o STF e, quem sabe, o churrasco de fim de semana na Granja do Torto.
Não por acaso, o negócio milionário vem logo após vários capítulos constrangedores dessa comédia trágica nacional como a de Dias Toffoli, o ministro-faz-tudo do STF, que suspendeu a multa bilionária da J&F. Aquela multa que, supostamente, era uma punição exemplar pelos escândalos revelados nas delações fechadas no acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF).
A empresa foi alvo de investigações e desdobramentos da Lava Jato, como as operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono e Carne Fraca.
Fechou um acordo de leniência em 2017 com o MPF em que se comprometeu a pagar R$ 10,3 bilhões. Anulados por Toffoli. Aí dá pra ver que a mansão é café pequeno, irrisório.

O exemplo, como sempre, serviu só para provar que o Brasil é mesmo um país feito sob medida para quem tem amigos no Supremo e contas nas Ilhas Cayman.
E como esquecer que os irmãos Batista, lá em 2005, já circulavam pelos salões do poder quando Lula, então presidente, foi quem abriu as portas do BNDES para a JBS se transformar na maior processadora de proteína animal do planeta? Nada mal para quem começou vendendo carne no interior de Goiás. Melhor ainda quando o cardápio passou a incluir ministros, senadores e governadores grelhados no ponto certo das planilhas de propina confessa, mas anulada na Justiça. Justiça?
Agora, com Lula de volta ao Planalto, os ventos são favoráveis. A carne continua cara, a JBS cada vez mais rica e o brasileiro continua pagando a conta — seja no açougue, seja na conta de luz, seja nos impostos que alimentam o sistema de absolvições preventivas e multas que nunca se pagam.
Joesley comprou a mansão. Mas quem continua morando de aluguel, em barraco judicial e com prestações políticas a perder de vista, é o contribuinte brasileiro.
No fundo, Brasília nunca mudou: quem tem vista para o Planalto sempre enxerga o Brasil de cima — e ri.



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