Político tem mandado de prisão em Operação Sisamnes, que investiga venda de decisões e vazamento de informações sigiosas no STJ
A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta sexta-feira (27) três mandados de prisão e outros três de busca e apreensão em nova fase da Operação Sisamnes para avançar na apuração sobre o vazamento de informações de sigilosas sobre inquéritos no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Um dos alvos de mandado de prisão é o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos. Um advogado e um policial também foram presos.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, e são cumpridas em Palmas, no Tocantins. A investigação sobre vazamento é parte da apuração sobre venda de sentenças no STJ apurada na operação Sisamnes.

Segundo a Polícia Federal, a operação busca aprofundar as investigações sobre a existência de uma organização criminosa responsável pelo vazamento sistemático de informações sigilosas, com impacto direto sobre operações da Polícia Federal.
Além dos três mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e medidas cautelares diversas foram autorizadas pelo STF.
Os investigados são suspeitos de utilizarem as informações vazadas, diz a PF, para proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência.
Conversas encontradas pela PF na operação Sisamnes indicam o vazamento de informações de casos que tramitam no STJ. Em um dos diálogos, o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), diz ter recebido informações de um ministro do STJ pouco tempo antes de uma operação ser deflagrada.
No diálogo com o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), o prefeito afirma que o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, teria lhe passado informações antecipadas sobre uma operação da PF deflagrada em 2010.
“Esse Noronha, há 15 ou 18 anos, ele me chamou em Brasília e falou para mim: ‘Siqueira, só para avisar ao teu pai que vão ser afastados quatro desembargadores’, disse o prefeito, agora preso, na mensagem.
O grupo é suspeito de utilizar desses dados sensíveis para proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência.

