Presidente muda de defensor da estatização a privatizador chinês
Por Victório Dell Pyrro
Em uma trama digna de enredo de série de streaming, o governo Lula articula o desmonte ostensivo dos Correios — isso mesmo, “quebrar” para entregar o filé embalado aos amiguinhos das empresas privadas chinesas.
Afinal, nada diz “defesa do interesse nacional” como privatizar os ônus antes que negociantes exóticos precisem comprá-los por centavos.
Nos discursos Lula diz ser contra privatizações, mas nos bastidores, parece jogar contra a Estatal.
Nada mal para quem se diz da esquerda e contra privatizações. Porém, o site da presidência da República disse no dia 12 de maio, que a Meituan, plataforma chinesa de entrega de encomendas, investirá cerca de R$ 5 bilhões para atuar no mercado de entrega, por meio do aplicativo Keeta. O investimento prevê, nos próximos cinco anos, a geração de 100 mil empregos indiretos e a instalação de uma central de atendimento no Nordeste, com 3 a 4 mil empregos diretos.
Pressão militar silenciosa no Planalto
Fontes da Folha de São Paulo indicam que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vem incansavelmente pressionando o presidente dos Correios, Fabiano Silva, a implementar um pacote “econômico” que prevê fechamento de agências e demissão em massa — tudo para economizar cerca de R$ 1 bilhão (fechando agências) mais R$ 800 milhões com o PDV: um bondoso total de R$ 1,8 bilhão.
Para coroar, a Federação Nacional dos Trabalhadores (FENTECT) diz que essa operação é “covarde” e responsabiliza o ministro Rui se o sistema postal desmoronar. Pois claro — não deve ser papel de nenhum estrategista do Planalto defender estatais, né? .
O prejuízo que dá “licença para privatizar” para os chineses
Os Correios fecharam 2024 com um rombo histórico: R$ 2,6 bilhões . Portanto, a “solução” do governo: just for fun, paramos o fundo e demoramos tanto nas entregas que o povo vai clamar por entregadores novinhos, privados, contratáveis — e lucrativos. Veja bem, economicamente genial.
A peça internacional: “Estratégia Chinesa do Desmonte”
Não bastasse o enredo central, Lula trouxe estrategistas chineses para discutir logística nacional — sim, eles é que vão ensinar o Brasil a entregar correspondências. Quem precisa de Correios propriamente ditos quando o Banco BRICS e a consultoria de Beijing estão de prontidão?
O povo nas redes comenta
Redação anônima da internet soltou o verbo:
“as encomendas não chegam, não são autorizadas … as que não somem levam semanas ou até meses”
E mais um grito de consolo popular:
“Correios tão demorando demais pra entregar as encomendas … Pilhas e pilhas de pacotes aguardando”
Ou seja, até as plataformas privadas já fecham contrato com o governo para atrapalhar o serviço estatal.
O grande plano: caos logístico como motor de privatização
No café, é a manchete: “Correios vai falir? Não, estratégia!” Enquanto os carteiros param, os pacotes se amontoam — e surge logo a solução: serviço gratuito? Jamais. Entra em cena o setor privado, prontos para faturar com a fragilidade estatal — e bravos auxiliares domésticos para gerar lucro de trás para frente.
O grande palco da política
A FENTECT promete desgaste político para Lula em 2026, mas o Planalto parece apostar que o eleitor esquecerá do atraso nas entregas. Afinal, nada fala mais alto que “modernização” embalada em discurso de austeridade, não é mesmo?
É a velha tática: implode-se a estatal, opera-se o caos, e depois se vende a “solução privada”. Parabéns, Planalto — consagrando a arte de privatizar resultados antes de privatizar os prejuízos.
Lula não “quebra” os Correios por descuido ou incompetência — ele faz isso com requinte estratégico, claro. Depois de incentivar a “racionalização” com Rui Costa, trazer gurus chineses para ensinar logística e assistir o desespero popular, fica só um lembrete: quem lucra mesmo são os operadores privados, ao contrário da correspondência, que jamais chega.
Ficção ou realidade? No Brasil atual, às vezes o roteiro se confunde. O discurso é um. A realidade é outra!

