Moraes diz que Bolsonaro incentivou tarifaço de Trump contra o Brasil, em ordem cumprida hoje pela PF

Ex-presidente foi alvo de operação na manhã desta sexta-feira. Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica

O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) disse em seu despacho que ordenou buscas e apreensão em endereços do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que a Polícia Federal informou que Bolsonaro teria incentivado o presidente Donald Trump a impor taxas de 50% sobre as importações do Brasil.

As ações de Jair Messias Bolsonaro demonstram que o réu está atuando dolosa e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho Eduardo Nantes Bolsonaro com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa CORTE no julgamento da AP 2.668/DF”, escreveu Moraes na decisão.

A PF apontou, em petição encaminhada STF, que as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicariam incentivo dele próprio às sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao governo brasileiro.

Os investigadores destacam que as primeiras investidas de Bolsonaro e do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é filho do ex-mandatário, começaram em 7 de julho, quando Trump publicou mensagem sobre o “tratamento do ex-presidente”.

Para a PF, Bolsonaro atuou para instigar seus seguidores contra o Poder Judiciário e suas ações foram cruciais para que Trump adotasse medidas contra o Brasil, “buscando criar entraves econômicos nas relações comerciais entre os Estados Unidos da América e o Brasil, a fim de obstar o regular prosseguimento da Ação Penal nº 2.668, em trâmite nesta Suprema Corte, que visa apurar a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022”.

A ação da PF que deteve o ex-presidente hoje, (18) para colocação de tornozeleira eletrônica acontece um dia após Donald Trump escrever uma carta de apoio a Bolsonaro.


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