Nazistas assassinaram aproximadamente 6 milhões de judeus, incluindo 1,5 milhão de crianças,
A decisão do governo brasileiro de deixar a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês) gerou críticas da Organização dos Estados Americanos (OEA), que classificou a medida como um retrocesso no compromisso global com os direitos humanos, a educação histórica e o combate ao antissemitismo. A manifestação oficial ocorreu no dia 24 de julho de 2025, por meio do comissário da OEA para a Memória do Holocausto, o advogado e ativista argentino Fernando Lottenberg, que também já presidiu o Congresso Judaico Latino-Americano.
Lottenberg declarou “preocupação e tristeza” com a saída do Brasil da IHRA, e ressaltou que o Holocausto “não é apenas uma tragédia do passado, mas um alerta permanente contra a intolerância, o ódio e a desinformação”. Segundo ele, abandonar a aliança significa romper com um pacto civilizatório que une nações de diferentes correntes políticas e religiosas no compromisso de lembrar e educar sobre o extermínio sistemático de mais de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O Brasil havia ingressado na IHRA em dezembro de 2019, durante o governo Jair Bolsonaro, com apoio do Itamaraty e da comunidade judaica nacional. A participação brasileira previa cooperação em políticas educacionais, combate ao negacionismo e integração com países-membros como Alemanha, França, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Argentina. A aliança também estabelece diretrizes para a definição de antissemitismo e colabora com o monitoramento de crimes de ódio relacionados à intolerância religiosa.
A saída do país da organização foi confirmada em 19 de julho de 2025, por meio de comunicação diplomática enviada discretamente à IHRA. O Ministério das Relações Exteriores, até agora, não divulgou explicações públicas formais. A decisão repercutiu negativamente entre entidades judaicas brasileiras e internacionais, que viram no gesto um afastamento da política de preservação da memória histórica e dos compromissos com os direitos humanos assumidos no pós-guerra.
A OEA, que mantém uma linha firme de apoio à IHRA e à defesa da memória do Holocausto, interpretou a decisão como uma inflexão perigosa, sobretudo diante do aumento de discursos extremistas e revisionistas ao redor do mundo. Segundo Lottenberg, ao se afastar da IHRA, o Brasil também abre espaço para o crescimento de discursos negacionistas e antijudaicos em solo nacional.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também reagiu com indignação no mesmo dia da manifestação da OEA, em 24 de julho, afirmando que a saída “enfraquece o compromisso do Brasil com a luta contra o antissemitismo e com a promoção de valores democráticos”. A entidade cobrou do Itamaraty uma revisão da decisão e reafirmou que manter viva a memória do Holocausto é um dever moral e histórico da comunidade internacional.
A decisão do governo brasileiro ocorre em um contexto de realinhamento da política externa e de revisão de vínculos internacionais estabelecidos nos últimos anos. Embora ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre os motivos da saída, setores ligados à diplomacia do atual governo afirmam, reservadamente, que a permanência do Brasil na IHRA vinha sendo questionada por grupos que consideram o órgão excessivamente alinhado a posições políticas internacionais com as quais o Brasil deseja manter independência.
A saída, porém, coloca o país em uma posição isolada em relação a seus principais parceiros ocidentais e pode impactar negativamente a imagem brasileira em fóruns multilaterais voltados à promoção dos direitos humanos e da memória histórica. Até o momento, não há indicação de que o Brasil pretenda aderir a outras iniciativas equivalentes ou criar um mecanismo nacional alternativo com os mesmos objetivos.
Com a crítica formal da OEA e a crescente pressão da sociedade civil, o governo brasileiro poderá ser instado a reavaliar sua decisão. Ainda assim, o silêncio do Itamaraty e a ausência de justificativas oficiais alimentam incertezas sobre os rumos da política brasileira no campo da memória, dos direitos humanos e da diplomacia multilateral.
O Holocausto foi o genocídio sistemático cometido pelo regime nazista de Adolf Hitler contra os judeus europeus e outras minorias entre 1933 e 1945, período em que Hitler esteve no poder na Alemanha. A fase mais letal do extermínio ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente entre 1941 e 1945.

Sob o pretexto de “purificação racial”, os nazistas assassinaram aproximadamente 6 milhões de judeus, incluindo 1,5 milhão de crianças, além de perseguirem outros grupos, como ciganos (cerca de 250 mil mortos), pessoas com deficiência, comunistas, testemunhas de Jeová, homossexuais e eslavos.
O genocídio foi planejado e executado em campos de concentração e extermínio como Auschwitz-Birkenau, Treblinka, Sobibor, Majdanek e Belzec, localizados principalmente na Polônia ocupada. O plano de extermínio total dos judeus ficou conhecido como “Solução Final”, oficialmente implementado em 1942 após a Conferência de Wannsee, realizada em 20 de janeiro de 1942.

O Holocausto terminou com a derrota da Alemanha nazista, em maio de 1945, quando os campos foram libertados pelas forças aliadas. O genocídio é considerado um dos crimes mais hediondos da história moderna e resultou na criação de tratados internacionais de direitos humanos e do Tribunal de Nuremberg, que julgou os principais líderes nazistas.

Lula já foi comparado por diversas vezes ao ditador nazista, como em postagem do pastor Silas Malafaia no X:



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