Trump diz que Lula pode falar com ele “quando quiser” em meio à crise diplomática entre Brasil e EUA

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “pode falar com ele quando quiser”. A declaração foi feita durante uma entrevista informal no jardim da Casa Branca, em Washington. A frase ocorre em meio à escalada nas tensões diplomáticas entre os dois países, agravadas após a imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras e sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

“Ele pode falar comigo quando quiser”, disse Trump, ao ser questionado se estaria disposto a conversar com o presidente brasileiro. Em seguida, o republicano voltou a criticar o governo de Lula, afirmando que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”. Apesar das críticas, afirmou “amar o povo do Brasil” e evitou antecipar novas medidas contra o país: “Vamos ver o que acontece.”

A fala marca uma mudança de tom em relação às declarações anteriores. No mês passado, Trump havia dito que não pretendia conversar com Lula no momento. “Talvez em algum momento eu fale com ele. Agora, não”, declarou em 11 de julho, quando foi questionado sobre o tema por jornalistas americanos.

A resposta de Trump nesta sexta foi interpretada por diplomatas como uma sinalização de que a Casa Branca estaria disposta a abrir um canal de diálogo direto com o Palácio do Planalto, embora sem compromisso ou iniciativa concreta por parte do governo norte-americano até agora.

Do lado brasileiro, o presidente Lula já havia indicado, em entrevista ao jornal The New York Times, que tentou contato diplomático com a Casa Branca por meio dos ministros da Economia, Agricultura e Relações Exteriores, mas não obteve retorno. “Eles não querem conversar”, disse o presidente.

O Palácio do Planalto não comentou oficialmente a fala de Trump, mas integrantes da diplomacia brasileira consideram que um eventual contato direto entre os dois presidentes exigiria preparação e reciprocidade, sem que o Brasil seja colocado em posição subalterna. “O Brasil está disposto ao diálogo, mas com base no respeito mútuo e na soberania nacional”, afirmou uma fonte da chancelaria.

A crise diplomática entre Washington e Brasília ganhou contornos mais graves após o anúncio de um tarifaço de 50% sobre centenas de produtos brasileiros, medida que começará a vigorar em 6 de agosto. O governo Trump justificou a decisão com base em supostas “ações antidemocráticas” do Judiciário brasileiro, particularmente a atuação do ministro Alexandre de Moraes em processos contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na última semana, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky, que prevê medidas contra autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos. As sanções incluem congelamento de bens em território norte-americano e proibição de entrada nos Estados Unidos. Moraes reagiu dizendo que continuará fazendo seu trabalho “com serenidade, responsabilidade e independência”.

O presidente Lula classificou as ações do governo Trump como “inaceitáveis” e disse que não aceitará “chantagem de nenhum país”. Apesar da retórica dura, o governo brasileiro ainda evita anunciar contramedidas comerciais e tenta manter os canais diplomáticos abertos, inclusive por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Mauro Vieira.

Segundo dados oficiais, cerca de 45% das exportações brasileiras para os EUA foram poupadas das tarifas, incluindo setores estratégicos como mineração crítica, aviação e fertilizantes. Ainda assim, analistas apontam que as medidas afetam duramente produtos como café, carne e aço, com impacto direto sobre a balança comercial.


2 comentários

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