Israel deu início, nesta quarta-feira (20), a uma nova e decisiva fase de sua ofensiva militar na Cidade de Gaza. As ações, que marcam apenas o começo de um processo potencialmente longo e complexo, foram lançadas menos de três semanas após a aprovação pelo gabinete de segurança israelense do plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tomar controle da capital de Gaza, ainda sob domínio do Hamas desde 2007.
Avanço tático e combates
Segundo relatos das Forças de Defesa de Israel (IDF), as tropas avançaram para os arredores da Cidade de Gaza, consolidando posições e impondo um cerco inicial. Fontes militares confirmam a mobilização de cerca de 60.000 reservistas para reforçar o progresso da operação terrestre.
O movimento de tropas gerou resposta imediata do Hamas. Militantes palestinos lançaram ataques coordenados com mísseis antitanque e ações de guerrilha, especialmente na região sul de Khan Younis. O confronto provocou ferimentos entre soldados israelenses, sinalizando que a resistência interna à ocupação será intensa e deverá prolongar os combates nas próximas semanas.
Objetivos de Israel e plano aprovado
O plano aprovado no início de agosto por Netanyahu prevê etapas para conquistar não apenas o controle militar da Cidade de Gaza e de campos de refugiados vizinhos, mas também, futuramente, a instituição de uma administração local sem vínculos diretos com o Hamas ou com a Autoridade Palestina. O governo reiterou não se tratar de uma ocupação permanente, e sim de uma campanha voltada à destruição da capacidade militar do Hamas e à libertação de reféns.
De acordo com oficiais israelenses, a estratégia prevê fases sucessivas, com expectativa de duração indefinida. Quatro divisões militares participam da ofensiva, indicando o preparo para uma operação prolongada até a conquista do objetivo militar declarado.
Crise humanitária se agrava
O avanço das tropas aumentou ainda mais o sofrimento dos civis em Gaza. Organizações internacionais relatam uma escalada nos deslocamentos forçados, fome e falta de recursos básicos. Israel informou a instalação de abrigos provisórios no sul da Faixa de Gaza e disse buscar ampliar a entrada de alimentos e suprimentos humanitários, embora o acesso para jornalistas internacionais siga restrito por determinação militar.
O grupo terrorista Hamas, por sua vez, acusou Israel de crimes de guerra e afirmou que a população palestina está sendo vítima de punição coletiva.
Reações internas e internacionais
Repercussão internacional e críticas dentro de Israel demonstram preocupação com a escalada e a imprevisibilidade do conflito. Integrantes do governo e de setores militares têm apontado os riscos de um envolvimento terrestre prolongado e do agravamento da crise humanitária. Observadores alertam que a nova fase da ofensiva pode ter consequências duradouras para a estabilidade de toda a região.
A operação lançada marca um novo capítulo na guerra, mas, segundo analistas, não há perspectiva de um desfecho imediato. Tanto pelo grau de resistência encontrado quanto pelo próprio desenho do plano israelense, o controle da Cidade de Gaza – se ocorrer – deve ser resultado de um avanço prolongado, cujos desdobramentos ainda são incertos.
Até o momento, mais de 60 mil palestinos já morreram na Faixa de Gaza, desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

