PF diz que Bolsonaro enviou mais de 300 mensagens e vídeos mesmo proibido pelo STF

Relatório da PF diz que Bolsonaro enviava série de mensagens no WhatsApp “para burlar a ordem de proibição” imposta pela Justiça

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou burlar as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao compartilhar conteúdos da manifestação de 3 de agosto e vídeos relacionados às sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, diz a Polícia Federal.

As mensagens, segundo a PF, foram enviadas em série pelo WhatsApp. As conversas estavam nos celulares de Bolsonaro, haviam sido apagadas, mas os peritos conseguiram recuperá-las. O conteúdo, segundo a PF, confirma que Bolsonaro desrespeitava medidas cautelares impostas pelo Supremo de forma intencional.

O aparelho apreendido mais recentemente mostra uma grande quantidade de arquivos encaminhados por Bolsonaro no dia do ato pró-Bolsonaro em São Paulo, distribuídos em grupos de WhatsApp. O objetivo, de acordo com a PF, era utilizar as redes sociais de terceiros em uma tentativa de descumprir a ordem do STF.

“Diante da grande quantidade de arquivos, a investigação pontuou os principais conteúdos compartilhados em 3/08/2025 pelo investigado Jair Bolsonaro, com o objetivo de utilizar redes sociais de terceiros, para burlar a ordem de proibição a retransmissão de conteúdos imposta pelo Justiça”, detalha relatório da PF.

As mensagens obtidas pela PF no telefone de Bolsonaro constam no relatório final da corporação, com o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.

A PF concluiu as investigações que apuraram ações de coação no curso da Ação Penal n° 2668, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida no Brasil entre 2022 e 2023. A ação envolve oito réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e acusações de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e golpe de Estado.

No total, os compartilhamentos ultrapassaram 300 envios feitos diretamente pelo ex-presidente. Entre os conteúdos, estavam notícias sobre “consequências que podem arrasar a economia” com as sanções a Moraes, convocações para mobilização de apoiadores no Brasil, vídeos do presidente Donald Trump defendendo a “nossa liberdade” e manifestações de autoridades brasileiras pedindo liberdade para Bolsonaro.


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