PCDF desarticula esquema bilionário de fraude fiscal no Distrito Federal

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em conjunto com a Receita do DF, deflagrou nesta quarta-feira (27), a Operação Falso Fidc, que investiga um complexo esquema de fraude fiscal bilionário envolvendo empresas de fachada e fundos de investimento fraudulentos. A ação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão e bloqueou bens de luxo avaliados em dezenas de milhões de reais.

Detalhes da investigação

Segundo a PCDF, o esquema operava por meio de 31 empresas fictícias, conhecidas como “noteiras”, que emitiam notas fiscais fraudulentas principalmente no setor de metais e sucatas, com destaque para o ferro. Essas empresas estavam concentradas no Distrito Federal e forneciam notas para duas outras empresas de fachada sediadas no Tocantins, que, por sua vez, repassavam os documentos para um grupo investigado com base em Minas Gerais, com ramificações em Goiás e Espírito Santo.

As investigações identificaram três etapas principais do esquema:

  1. Criação das empresas “noteiras” no DF, responsáveis pela emissão conjunta de cerca de R$ 1,96 bilhão em notas fiscais falsas;
  2. Atuação das empresas do Tocantins, que emitiram mais de R$ 1,22 bilhão em notas para os beneficiários finais do esquema;
  3. Lavagem de dinheiro por meio de fundos de investimento vinculados ao grupo, compra de bens de luxo como aeronaves e imóveis, além de movimentações financeiras por meio de nomes de “laranjas”.

Bens bloqueados e apreensões

Na operação, foram sequestrados 11 imóveis, 90 veículos, um helicóptero modelo 2024 e um avião King Air, além do bloqueio de cotas de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) com ativos avaliados em mais de R$ 95 milhões. O prejuízo estimado aos cofres públicos do Distrito Federal chega a R$ 288 milhões, conforme apurado por dezenas de autuações fiscais ligadas ao caso.

Colaboração e ramificações

A investigação teve apoio da Subsecretaria da Receita do DF, que contribuiu para a identificação das conexões entre as empresas e possibilitou a autuação dos envolvidos. A Polícia Civil de Minas Gerais também colaborou dadas as ramificações territoriais do grupo criminoso.

Além da abrangência no DF, investigação aponta que o grupo criminoso também atua em regiões dos estados de Goiás e Espírito Santo.

As investigações continuam em andamento para identificar todos os envolvidos e aprofundar as conexões financeiras e empresariais do esquema. Os responsáveis poderão responder por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, associação criminosa e outros.


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