No sábado (13) , Valdemar Costa Neto, presidente nacional do Partido Liberal (PL), fez declarações de grande repercussão na imprensa durante o Rocas Festival, evento voltado ao setor equino realizado em Itu, no interior de São Paulo.
Em um painel ao lado do presidente do PSD, Gilberto Kassab, mediado pelo deputado estadual Tomé Abduch, Valdemar admitiu publicamente que houve um “planejamento de golpe” de Estado no país, mas argumentou que isso não configurava crime porque, segundo ele, nunca ocorreu uma tentativa efetiva.
Ele ainda criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal ( STF) de condenar Jair Bolsonaro e defendeu, apesar das críticas dentro do próprio grupo bolsonarista, que a decisão judicial precisava ser respeitada.
As falas de Valdemar provocaram desconforto imediato entre aliados do ex-presidente e intensificaram a crise dentro do campo bolsonarista, criando obstáculos para articulações em Brasília.
Na manhã desta segunda-feira (15), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu cancelar sua viagem que estava prevista para o fim da tarde, onde tentaria destravar negociações relativas ao projeto de anistia para Bolsonaro e outros réus dos atos de 8 de janeiro.
O Palácio dos Bandeirantes anunciou o cancelamento da agenda no fim da manhã, apontando que todas as movimentações estratégicas possíveis já haviam sido realizadas diante do novo cenário criado pelas falas de Valdemar Costa Neto.Os episódios mostram o impacto das posições públicas de lideranças do PL na condução das articulações nacionais e expressam as tensões internas do grupo político diante das decisões do Supremo Tribunal Federal e do futuro da direita no país.

