A pressão arterial 12 por 8, tradicionalmente considerada normal, passou a ser classificada como pressão arterial elevada ou pré-hipertensão por novas diretrizes médicas internacionais e brasileiras, refletindo um aprofundamento no entendimento dos riscos cardiovasculares associados a esse patamar.
Em outubro de 2024, a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) divulgou novas diretrizes que passaram a classificar a pressão arterial de 12 por 8 (120/80 mmHg) como “pressão arterial elevada”, um estágio anterior à hipertensão propriamente dita. Essa atualização marcou o início da mudança de paradigma na avaliação da pressão arterial, considerando que valores antes tidos como normais-altos já apresentam risco aumentado para doenças cardiovasculares.
No Brasil, a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Federação Brasileira de Cardiologia (FBC) e outras entidades médicas, formalizou em essa mudança, colocando a pressão de 12/8 na categoria de pré-hipertensão.
A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, elaborada pela SBC, pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), passa a enquadrar como pré-hipertensão valores entre 12 por 8 (120-139 mmHg sistólica e/ou 80-89 mmHg diastólica).
O documento foi divulgado nesta quinta-feira (18), no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia.
A publicação da diretriz foi publicada, alinhando as práticas clínicas nacionais com as evidências internacionais mais recentes.
Institutos médicos responsáveis pelas mudanças
Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC): Em outubro de 2024, a ESC lançou as novas diretrizes de manejo da pressão arterial, nas quais formaliza a mudança para pressão “elevada” a partir de 120/80 mmHg.
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC): Atualizou em 2025 suas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, oficializando o conceito de pré-hipertensão para 12 por 8.
Federação Brasileira de Cardiologia (FBC): Participou da elaboração e divulgação da versão nacional das diretrizes em 2025.American Heart Association (AHA) e American College of Cardiology (ACC):
Embora tenha adotado mudanças importantes em 2017, as atualizações recentes da ESC e SBC são as que mais impactaram o reconhecimento do patamar 12/8 como pressão elevada, tendo servido de referência para a revisão brasileira.
Base científica e impacto clínico
A atualização nos parâmetros se baseia em estudos internacionais, como o estudo SPRINT (publicado em 2015), que demonstraram que pressionar a meta para valores abaixo de 120/70 mmHg reduz significativamente o risco de acidentes cardiovasculares como infarto e AVC.
A pesquisa abriu caminho para as diretrizes atuais, que consideram que manter a pressão abaixo de 120/80 mmHg oferece melhores resultados preventivos a longo prazo.
Nos estudos que embasam as diretrizes, valores na faixa de 12 por 8 já estão associados a danos discretos a órgãos alvo (coração, rins, cérebro), rigidez vascular e aumento do risco de eventos cardiovasculares. Por isso, essa faixa foi categorizada como pré-hipertensão ou pressão arterial elevada, destacando a necessidade de monitoramento regular e mudanças no estilo de vida.
O que isso significa para quem tem pressão 12 por 8
A pressão arterial 12 por 8 não representa necessariamente hipertensão clínica, mas indica uma condição de maior risco cardiovascular que exige atenção médica, mudança de hábitos e, em alguns casos, acompanhamento mais rigoroso, podendo levar à introdução de tratamento medicamentoso baseado na avaliação do risco global do paciente.
Classificação atualizada da pressão arterial
Essa atualização representa um avanço importante para a medicina cardiovascular, permitindo diagnósticos mais precisos e prevenção precoce de eventos graves, como AVC e infarto, além de proporcionar maior rigor na orientação e tratamento de pacientes em risco.

