Operação mira influenciador milionário por fraude de R$ 146 milhões via PIX

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou na manhã desta terça-feira, 23 de setembro de 2025, a operação Dubai, com o objetivo de desmantelar uma quadrilha que teria desviado mais de R$ 146 milhões por meio de fraudes no sistema bancário PIX.

O principal alvo é Gabriel Spalone, de 29 anos, empresário e influenciador digital com mais de 800 mil seguidores, dono das fintechs Dubai Cash e Next Trading Dubai. As investigações apontam que Spalone movimentava alto padrão de vida e gerenciava uma rede internacional de pagamentos e investimentos, residindo entre São Paulo e Dubai.

A força-tarefa da 1ª Delegacia da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber), do Departamento Estadual de Investigações Criminais de SP (Deic), cumpriu três mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, localizados nos bairros Vila Leopoldina, Jardim Morumbi, Vila Santo Henrique e Jardim Ampliação, na capital paulista. Veículos de luxo também foram apreendidos durante as diligência.

Apesar do mandado de prisão decretado contra Spalone, ele não foi encontrado e segue foragido, provavelmente fora do país, em Dubai, segundo os investigadores. Outros dois envolvidos — Guilherme Sateles Coelho (preso em São Paulo) e Jesse Mariano da Silva (preso em Campinas) — foram localizados e detidos. Juntos, eles teriam lucrado cerca de R$ 75 milhões no esquema.

A investigação começou em fevereiro de 2025, quando um banco identificou uma série de 607 transferências realizadas em pouco mais de cinco horas — entre 4h23 e 9h47 — de dez contas ligadas a uma empresa parceira, utilizando o chamado serviço de ‘Pix indireto’, considerado irregular pela instituição financeira.

O montante total das operações chegou a R$ 146,5 milhões; mais de R$ 100 milhões foram recuperados, mas o prejuízo residual ainda supera R$ 39 milhões.

O grupo usava laranjas, contas fantasmas e empresas de fachada para transferir valores e ocultar o rastro dos recursos. As fintechs Dubai Cash e Next Trading Dubai eram apresentadas por Spalone como empresas legais de pagamentos e investimentos, mas a polícia reuniu evidências de fraude em grande escala.

O influenciador ostentava vida de luxo nas redes sociais e divulgava projetos internacionais de atuação no setor financeiro.

Os presos foram encaminhados ao prédio do DHPP e à sede do Deic, no Centro de SP. Gabriel Spalone continua procurado e pode ser incluído na lista de difusão da Interpol, ampliando as chances de prisão internacional e extradição. A Polícia Civil informou que o esquema pode ter atingido outras instituições financeiras além do banco já identificado — novas diligências estão em andamento para localizar cúmplices e recuperar ativos de vítimas.

Até o momento, as defesas dos investigados não se manifestaram.


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