Israel continua ofensiva em Gaza, mesmo após apelos de Trump e acordo aceito pelo terrorismo do Hamas

Porta-voz das Forças Armadas de Israel (IDF), Coronel Avichay Adraee, afirmou que o exército continua a operar na cidade e que “retornar a ela é extremamente perigoso”

Apesar de declarações públicas do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciando um plano de paz e pedindo a suspensão imediata dos bombardeios para viabilizar a libertação de reféns, as Forças de Defesa de Israel (IDF) continuaram operações militares em Gaza nas últimas 48 horas, com ataques aéreos e artilharia concentrados especialmente na cidade de Gaza e arredores. O apelo de Trump incluiu um ultimato para que o movimento Hamas aceitasse um plano de vinte pontos que prevê cessar-fogo, troca de prisioneiros e uma administração internacional transitória da Faixa de Gaza, mas o anúncio não impediu que unidades israelenses mantivessem presença e combates no terreno.

A agência de defesa civil de Gaza relatou que Israel conduziu dezenas de ataques aéreos e bombardeios de artilharia na Cidade de Gaza neste sábado (4).

Fontes palestinas e agências de socorro informaram que as sirenes e ataques prosseguiram mesmo após mensagens públicas do lado norte-americano, e autoridades militares israelenses ressaltaram que as operações em curso fazem parte de “atividades táticas” necessárias para segurança das tropas e para garantir condições de negociação mais favoráveis no futuro próximo. Analistas políticos apontam que, enquanto Tel Aviv diz apoiar a ideia de avanços diplomáticos para recuperar reféns, o governo israelense tenta preservar liberdade de ação militar até obter garantias formais sobre desarmamento do Hamas e mecanismos de verificação.

Hamas respondeu aos esforços diplomáticos com uma declaração condicional de que está “pronto para negociações imediatas” e para avançar com a entrega de reféns, segundo interlocutores envolvidos na mediação. No entanto, membros do grupo não firmaram compromisso claro com a desmilitarização completa e pediram que questões-chave — como retirada de forças, garantias de segurança a longo prazo e supervisão internacional — sejam negociadas em etapas. A chamada “aceitação parcial” levou figuras internacionais a saudarem a abertura ao diálogo, mas também a advertirem que passos concretos e verificáveis serão necessários antes de qualquer cessar-fogo duradouro.

Organizações humanitárias e governos estrangeiros têm feito apelos urgentes para redução imediata das hostilidades, citando a deterioração dramática das condições humanitárias em Gaza. Autoridades de saúde locais relatam milhares de mortos e dezenas de milhares de feridos desde o início do conflito, com vastas áreas de infraestrutura destruídas e deslocamento massivo da população. Em meio a esse cenário, familiares de reféns e políticos em Israel pedem cautela e garantias de que qualquer trégua permita, de fato, a recuperação segura dos cativos sem que o Hamas preserve capacidades militares significativas.

Apesar dos apelos internacionais — e do tom enfático do anúncio de Trump — repórteres e agências no terreno registraram dezenas de ataques aéreos e bombardeios nas últimas horas, causando novas perdas civis e agravando a crise. Autoridades militares israelenses chegaram a emitir avisos em árabe recomendando que residentes não retornassem a determinadas áreas consideradas “zona de combate”, enquanto diplomatas tentam coordenar, por vias discretas, prazos e mecanismos para a troca de prisioneiros e a retirada escalonada de forças. Esse contraste entre pressões diplomáticas públicas e ações militares concretas no terreno evidencia a complexidade das negociações e a desconfiança mútua entre as partes.

Analistas consultados por veículos internacionais afirmam que o plano anunciado por Trump reúne elementos que podem acelerar a libertação de reféns e permitir um cessar-fogo temporário, mas que sua implementação dependerá de garantias multilaterais — incluindo o papel de Qatar, Egito e possivelmente forças neutras — para supervisionar trocas e a transição administrativa em Gaza. Paralelamente, o Estado-Maior israelense anunciou que continuará a “avançar preparativos” para a primeira fase do que chama de implementação controlada do plano, sinalizando que a suspensão total das hostilidades está condicionada a passos concretos por parte do Hamas e de mediadores.

O quadro imediato, portanto, é de tensão entre uma janela diplomática aberta — com declarações de disponibilidade para negociação e promessas públicas de cessar-fogo — e a realidade de operações militares ainda em curso que mantêm a população civil em risco. Especialistas em segurança alertam que pressões públicas de líderes estrangeiros podem ajudar a forçar acordos rápidos, mas somente mecanismos de verificação e garantias internacionais robustas evitarão que um cessar-fogo temporário se desfaça em poucas semanas. Enquanto isso, a prioridade humanitária permanece: permitir a entrada de ajuda, cessar a destruição de infraestrutura crítica e garantir rotas seguras para civis e equipes de socorro.


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