Força-tarefa mira esquema de falsificação de bebidas com importação de metanol em cinco estados

A Operação Alquimia, deflagrada hoje (16), é uma ação conjunta da Polícia Federal (PF), Receita Federal, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que investiga um esquema de falsificação de bebidas alcoólicas com adição de metanol, substância altamente tóxica e responsável por pelo menos oito mortes confirmadas no país, além de centenas de casos de intoxicação grave.

Segundo o Ministério da Saúde, até 15 de outubro de 2025, o Brasil contabiliza oito mortes confirmadas por intoxicação com metanol — seis em São Paulo e duas em Pernambuco. Ao todo, 217 notificações de casos suspeitos foram registradas, sendo 17 confirmados e 200 em investigação, com a maior concentração em São Paulo.

Diversas cidades de cinco estados foram alvos da operação:

-São Paulo (capital e cidades como Americana, Jundiaí, Matão, Jacareí e Santo André)

-Paraná (Colombo, Paranaguá, Araucária)Mato Grosso (Várzea Grande)

-Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Dourados e Caarapó)

-Santa Catarina (Cocal do Sul)

A Operação Alquimia é um desdobramento de duas operações anteriores:

-Operação Boyle, que investigou adulteração de combustíveis com metanol.

-Operação Carbono Oculto, que revelou um esquema de compra e desvio de metanol importado por empresas químicas regulares, usadas em falsificação de bebidas e adulteração da gasolina.

A investigação aponta que integrantes da facção criminosa PCC financiavam o esquema, operando com fundos de investimentos legais, e usavam empresas fantasmas para desviar o produto.

Hije, foram realizadas buscas e apreensões em 24 empresas, incluindo importadores, usinas, destilarias, distribuidores de metanol e terminais marítimos. Também foram coletadas amostras para análise no Instituto Nacional de Criminalística (INC), que cruzará dados com laudos anteriores para rastrear a origem do metanol e confirmar ligações com amostras anteriores.

Entre os presos, 22 pessoas já foram detidas — oito em São Paulo capital, com a maioria dos demais presos no interior paulista e em cidades da região metropolitana. Até o momento, não foram encontradas ligações diretas entre as empresas e entre os presos.

-Operação Boyle: investigou adulteração de combustíveis com metanol, realizada no primeiro semestre 2025.

-Operação Carbono Oculto: revelou esquema de empresas fantasmas e desvio de metanol para adição irregular em gasolina, entre junho e agosto de 2025.

-Operação Alquimia: deflagrada em 16 de outubro de 2025, focada na cadeia de falsificação de bebidas alcoólicas, abrangendo cinco estados e 24 empresas, com ações simultâneas e coleta de amostras para investigação aprofundada.

Números e fatos relevantes

217 notificações de intoxicação suspeita por metanol no Brasil, 17 casos confirmados.8 mortes confirmadas (6 em São Paulo, 2 em Pernambuco).22 pessoas presas em ações recentes relacionadas ao esquema.

Empresas investigadas incluem importadores, usinas e destilarias.

Metanol é utilizado ilegalmente para aumentar o volume de bebidas alcoólicas adulteradas, gerando graves riscos à saúde pública.

A Receita Federal afirmou que as empresas alvos foram selecionadas pelo potencial envolvimento desde a importação até o desvio do metanol para falsificação de bebidas. O presidente da Senacon, Paulo Pereira, destacou que o combate é prioritário para evitar novas tragédias de saúde pública.


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