Virgílio Filho e a mulher, a médica Thaisa Hoffmann Jonasson, também reservaram um Audi de R$ 380 mil após operação
O ex-procurador-geral do INSS Virgílio Filho e sua mulher, a médica Thaisa Hoffmann Jonasson, compraram uma “mansão suspensa” de R$ 5,3 milhões em Curitiba (PR) em maio deste ano — já depois da deflagração, pela Polícia Federal (PF), da operação Sem Desconto, que investigou desvios em benefícios de aposentados. A operação foi realizada em abril.
O imóvel é um apartamento de 340 metros quadrados no edifício Seventy Upper Mansion, no bairro Campo Comprido. Virgílio Filho e Thaisa fizeram diversas aquisições acima da renda declarada dos dois.

Servidor de carreira da Advocacia-Geral da União (AGU), Virgílio Filho adquiriu em agosto de 2024 um Porsche Cayenne híbrido, avaliado em R$ 789 mil. Seus rendimentos como servidor público eram de cerca de R$ 24 mil. Assim como o apartamento no Seventy Upper Mansion, o veículo também foi comprado pela empresa.
O edifício Seventy Upper Mansion, onde o ex-procurador do INSS Virgílio Filho comprou imóvel de R$ 5,3 milhões
O edifício Seventy Upper Mansion, onde o ex-procurador do INSS Virgílio Filho comprou imóvel de R$ 5,3 milhões
Segundo uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU), Virgílio Filho teve um “acréscimo patrimonial” da ordem de R$ 18 milhões durante o período de investigação.
No entanto, os ganhos do casal podem ter sido ainda maiores. Como mostrou a coluna, Thaisa firmou um termo de reserva para comprar um apartamento de R$ 28 milhões na Senna Tower, um edifício de alto luxo em Balneário Camboriú (SC).
O prédio é vendido por seus incorporadores como “o residencial mais alto do mundo”. A construção começou em setembro deste ano, e o empreendimento é projetado para ter 550 metros de altura.
Virgílio Filho exerceu o cargo de procurador-geral do INSS em dois períodos, tanto no governo de Jair Bolsonaro (PL) quanto no atual mandato de Lula (PT). Ele esteve no posto de 16 de abril de 2020 a 1º de junho de 2022 e, novamente, de 29 de setembro de 2023 até ser afastado judicialmente em 23 de abril de 2025. Após o afastamento, a AGU determinou sua exoneração.
Na semana passada, Virgílio Filho e Thaisa Hoffmann Jonasson foram ouvidos na CPMI do INSS. Ele negou irregularidades e afirmou não ser indiciado, réu ou condenado.
“Não sou político nem tenho padrinho político. Sou apartidário. Sempre atuei de forma técnica e não por motivos políticos”, disse.
Thaisa foi questionada sobre a compra de imóveis pelo relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), mas ficou em silêncio.
Segundo a Polícia Federal, Virgílio Filho recebeu R$ 11,9 milhões de empresas relacionadas às entidades da chamada “Farra do INSS”.
O Audi de R$ 380 mil do procurador do INSS
Mesmo após ser alvo da Sem Desconto, Virgílio Filho reservou um Audi A5, avaliado em R$ 380 mil. A reserva do automóvel alertou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e consta no Relatório de Inteligência Financeira (RIF) sobre o ex-procurador-geral do INSS.
Em 2025, Virgílio já havia adquirido outro veículo de alto luxo: uma Mercedes-Benz GLB 35 AMG, avaliada em R$ 508,5 mil, segundo a Tabela Fipe.
Documentos sigilosos encaminhados à CPMI do INSS mostram também que Thaisa Hoffmann comprou três imóveis à vista entre 2022 e 2024: um apartamento e uma sala comercial em Curitiba, onde ela vive, e outro apartamento em Brasília, às margens do Lago Paranoá, em região próxima ao Palácio da Alvorada.




