CPI do Crime Organizado começa com vitória do governo na presidência das investigações de facções e milícias no Brasil

O Senado Federal instalou no dia 4 de novembro de 2025 a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, com o objetivo de investigar o crescimento e atuação das facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além das milícias em todo o país. O colegiado terá 120 dias para apurar a estrutura, funcionamento, financiamento, infiltração no poder público e conexões regionais e transnacionais dessas organizações criminosas.

A CPI foi proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e está instalada em um contexto de crescente preocupação pública após uma megaoperação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortos, entre policiais e suspeitos de integrarem o CV. A comissão iniciou seus trabalhos eleitando o senador Fabiano Contarato (PT-ES), delegado de polícia, como presidente, com 6 votos, em votação apertada contra a oposição. Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi escolhido como vice-presidente, e Alessandro Vieira ficou com o cargo de relator.

Os parlamentares da CPI pretendem ouvir especialistas, secretários de segurança, governadores e comunidades atingidas para produzir soluções técnicas ao invés de transformar o colegiado em um palanque eleitoral. A investigação focará em cinco eixos principais: estrutura e operação das facções e milícias; fontes de financiamento e lavagem de dinheiro; infiltração no poder público; falhas na coordenação das forças de segurança; e propostas legislativas para modernizar o combate ao crime organizado.

Além do combate direto ao crime, a CPI também visa apontar possíveis mudanças legislativas para fortalecer o sistema de segurança pública e combater a corrupção e o poder econômico por trás das organizações criminosas. A expectativa é repensar estratégias para que o Estado brasileiro possa retomar o controle territorial e proteger a população do domínio dessas facções.

Composta por 11 senadores titulares e igual número de suplentes, a comissão reflete um importante momento de debate sobre segurança pública no Brasil, reunindo membros de diferentes espectros políticos para um esforço conjunto em esclarecer e propor respostas ao problema das facções e milícias que impactam diretamente a segurança da população e a ordem pública.

Essa CPI se torna a principal ação legislativa contra o crime organizado em mais de duas décadas, sucedendo a CPI do Narcotráfico encerrada em 2000, mas com foco atualizado nas reais ameaças atuais como milícias e grupos criminosos que dominam territórios urbanos e rurais do país.

A expectativa é que o relatório final da CPI apresente um diagnóstico profundo e abrangente, além de sugestões de políticas públicas e medidas legislativas para provocar mudanças efetivas no enfrentamento das organizações criminosas no Brasil.


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