escreva uma matéria jornalística completa sobre tudo que se sabe nos jornais internacionais especializados sobre a Netflix fechar acordo para compra da Warner Bros. Discovery por US$ 72 bilhões
A Netflix anunciou um acordo histórico para comprar os estúdios de cinema e TV e a divisão de streaming da Warner Bros. Discovery, em uma operação avaliada em US$ 72 bilhões em valor de equity e US$ 82,7 bilhões incluindo dívidas.
O negócio, confirmado em comunicados conjuntos e detalhado por agências como Reuters e Bloomberg, redesenha o mapa da indústria do entretenimento ao colocar o maior serviço de streaming do mundo no comando de um dos estúdios mais antigos de Hollywood e do ecossistema HBO.
Como é o acordo de US$ 72 bilhões
Trata‑se de uma transação em dinheiro e ações: cada acionista da Warner Bros. Discovery receberá cerca de US$ 23,25 em dinheiro e aproximadamente US$ 4,50 em ações da Netflix por papel, num total de US$ 27,75 por ação, o que leva ao valor de US$ 72 bilhões em equity e cerca de US$ 82,7 bilhões quando somada a dívida assumida. O pacote inclui o estúdio Warner Bros. (cinema e TV), HBO, HBO Max e o braço de streaming global, enquanto a rede de canais a cabo — CNN, TNT, HGTV e outros — será desmembrada em uma nova companhia aberta batizada provisoriamente de Discovery Global, que continuará independente.
O que a Netflix leva: catálogo e poder de mercado
Com a compra, a Netflix passa a controlar algumas das franquias mais valiosas da cultura pop: todo o universo DC (incluindo Batman, Mulher‑Maravilha e Coringa), Harry Potter, Game of Thrones, Looney Tunes e boa parte do acervo clássico do cinema americano.
Somados, Netflix e HBO Max ultrapassariam a marca de 420 milhões de assinantes globais de vídeo sob demanda, um patamar muito acima de rivais como Disney+, Amazon Prime Video e Paramount+, consolidando de fato um “superagregador” de conteúdo premium sob um único teto corporativo.
Analistas destacam que o movimento reduz a dependência da Netflix de licenças de terceiros, garante direitos de longo prazo sobre hits e reforça a estratégia de expandir o negócio para jogos, produtos de consumo e parques temáticos a partir de IPs próprios.
Riscos concorrenciais e reação de Hollywood
A dimensão da fusão acendeu alertas imediatos em órgãos antitruste dos Estados Unidos e da Europa, que já sinalizam uma revisão “rigorosa e demorada” do negócio sob o argumento de concentração excessiva em streaming e conteúdo premium.
Entidades ligadas às redes de cinema, como a associação Cinema United, classificaram o acordo como “ameaça sem precedentes à exibição mundial”, temendo que, com o controle do catálogo da Warner, a Netflix reduza ainda mais a janela de lançamento em salas para privilegiar o streaming.
Em resposta, a empresa prometeu aos reguladores e ao mercado manter a prática de lançar filmes da Warner nos cinemas e argumenta que uma oferta combinada Netflix + HBO Max poderia baixar o preço médio para consumidores por meio de pacotes integrados.
Cronograma, sinergias e cortes
O fechamento do negócio depende da conclusão do spin‑off da Discovery Global e das aprovações regulatórias, com previsão otimista para o terceiro trimestre de 2026.
Em documentos a investidores, a Netflix projeta sinergias de custos entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões anuais até o terceiro ano após a conclusão, o que na prática significa integração de equipes, consolidação de tecnologia de streaming e provável corte de estruturas sobrepostas em produção, marketing e administração.
O mercado reagiu com cautela: as ações da Netflix recuaram cerca de 3% no pré‑mercado após o anúncio, refletindo dúvidas sobre o tamanho da dívida e o risco regulatório, enquanto os papéis da Warner subiram impulsionados pelo prêmio sobre o preço de tela.
Críticas à “megafusão do fim da guerra do streaming”
Entre analistas e colunistas especializados, o tom é de que a Netflix “foi all‑in” para praticamente encerrar a guerra do streaming por aquisições, sacrificando parte da narrativa histórica de crescimento orgânico que a diferenciava de grupos tradicionais como Disney e Comcast. Críticos alertam que o negócio cria um conglomerado com poder desproporcional de definir preços, janelas de exibição e padrões de remuneração para produtores independentes, o que pode estreitar ainda mais o espaço de concorrentes menores e acelerar um movimento de “oligopólio do conteúdo” no entretenimento global.
Mesmo que aprovado com remédios antitruste, o acordo marca uma guinada: o antigo outsider do Vale do Silício, que cresceu dizendo que “não comprava estúdios velhos”, agora aposta dezenas de bilhões de dólares para se tornar, ele próprio, o novo império de Hollywood que todo mundo terá de enfrentar.



