A teia entre família Moraes e o Banco Master em sigilo que vale milhões

Cópia de contrato da mulher do ministro doSTF, Viviane Barci, foi apreendida durante a operação da PF que mirou o dono do Banco Master

Por Victório Dell Pyrro

Era para ser mais um contrato de consultoria jurídica, desses que se escondem atrás de jargões técnicos e cláusulas confidenciais. Mas quando o acordo envolve R$ 129 milhões, uma banca comandada pela esposa de um ministro do STF e seus filhos e um banco investigado pela Polícia Federal, o rótulo de “prestação de serviços” soa quase cômico. Ou trágico para quem ainda tem pudor.

O Banco Master, alvo da operação Compliance Zero, poderia ter buscado um amparo peculiar nas altas esferas do poder se aliando à família de poderoso ministro?

A instituição, que viu seu dono ter o celular vasculhado pela PF, mantinha ali um contrato digital com o escritório Barci de Moraes Advogados — capitaneado por Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo. Dois dos três filhos do magistrado também integram o escritório do clã. Coincidência? Só os ingênuos como eu acredam. Eu acredito que Alexandre de Moraes não tem nada a ver com esse rastro de dinheiro, e que isso fique bem claro e que não mandem me prender por questionar tanta grana para advogados.

O valor do contrato beira o escárnio: R$ 129 milhões em 36 parcelas mensais de R$ 3,6 milhões. Tudo isso sem ter um caso definido, apenas uma “representação em diversos temas”. É o tipo de contrato que faria corar até o mais cínico lobista de Brasília.

Enquanto o país digere a escalada de decisões sigilosas e blindagens jurídicas, com Gilmar Mendes usurpando do cidadão o direito de questionar a integridade e honestidade de magistrados do STF, vem à tona outro detalhe: a recém-adquirida mansão de R$ 12 milhões, paga à vista, no Lago Sul. Talvez apenas uma coincidência temporal — ou, diriam os mais críticos, o símbolo perfeito da prosperidade de quem se acostumou à sombra do poder. Afinal, com apenas três parcelas do contrato fabuloso de sua mulher e de seus filhos prodígios com o banqueiro criminoso já quitariam a bagatela paga pela mansão nababesca.

Mas a cereja do bolo veio com Dias Toffoli, o colega de toga de Moraes que decretou sigilo absoluto sobre as investigações. Sigilo, essa palavra mágica que tem o dom de transformar escândalos em mistérios e suspeitas em profundo silêncio. O público, afinal, não precisa saber de nada. O pudor institucional agradece. Enquanto isso, a confiança pública — essa sim — continua sendo devorada, parcela por parcela, não mensais, mas quase diárias dos escândalos protagonizados por gente que deveria ser baluarte de justiça.



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