Moraes deu desculpa esfarrapada sobre Master ou tinha bola de cristal sobre Magnitsky?

Somadas as penas máximas dos principais crimes analisados — Falsidade Ideológica (5 anos), Falso Testemunho (4 anos), Prevaricação (1 ano) e Obstrução de Justiça (8 anos) —, o total pode chegar a 18 anos de reclusão, sem considerar multas ou agravantes. Ainda há 30 anos pelos crimes, se confirmada denúncia de Gaspar no O Globo
Por Victório Dell Pyrro

Alexandre de Moraes alega que seus quatro contatos com Gabriel Galípolo em 2025, incluindo três telefonemas e um encontro em julho, trataram apenas da Lei Magnitsky, aplicada contra ele pelos EUA em 30 de julho — mas como discutir sanções futuras antes que elas existissem?

A narrativa oficial colide com relatos de seis fontes ao O Globo, que apontam pedidos explícitos de apoio à venda do Banco Master ao BRB, em análise no BC desde março, meses antes da punição americana.

Ou Moraes previu sanções com precisão profética, ou a desculpa esfarrapada busca encobrir lobby por um banco fraudulento com laços familiares. Laços fortíssimos de R$ 130 milhões!

Quem falou a verdade? A jornalista de O Globo e suas fontes ou Moraes e Galípolo que também soltou nota afirmando ter tratado apenas da futura, talvez possível, inimaginável e até então, imprevisível punição estrangeira a um membro da mais alta corte brasileira?

Linha do tempo: contatos antes da Magnitsky

Entre março (início da análise da venda Master-BRB) e julho de 2025, Moraes telefonou Galípolo pelo menos três vezes — uma fonte de Malú Gaspar cita cinco ligações em um dia — para defender Daniel Vorcaro e pressionar pela aprovação da operação. (Veja que a fonte detalha o assunto!)

Os telefonemas ulminaram em encontro presencial em julho, não registrado nas agendas públicas de ambos, onde Moraes teria recuado ao saber que o Banco Central já sabia de fraudes em R$ 12,2 bilhões de créditos falsos.

Esses contatos precederam a liquidação do Master em novembro, mas o STF e BC insistem: só Lei Magnitsky, tema que só ganhou urgência pós-30 de julho. Fantástico!

Sanções Magnitsky: aplicação e revogação

Em 30 de julho de 2025, EUA invocaram a Lei Global Magnitsky contra Moraes, congelando ativos e barrando viagens por suposta censura e violações de direitos humanos contra plataformas americanas ligadas a Trump.

Primeira vez contra brasileiro sob essa lei de 2012, as sanções duraram até 12 de dezembro de 2025, quando Trump as retirou em meio a crise diplomática.

Moraes e Galípolo confirmam discussões sobre impactos econômicos, mas omitem o timing: como março e julho anteciparam julho 30 se não havia sanção?

Contradições gritantes e silêncio conveniente

Moraes só reagiu publicamente em 22 de dezembro de 2025, após um dia da publicação da colunista Malu Gaspar, jurando que encontros foram “institucionais” sobre Magnitsky — mas agendas vazias e seis fontes independentes narram defesa explícita do Master.

O BC confirma reuniões sem citar Master, Galípolo nega pressão em off, mas recusa nota oficial, mas hoje solta versãoidentica àde Moraes.

Com esposa faturando R$ 130 milhões em contrato para lá de suspeito com o banco criminoso, o STF à disposição para “esclarecimentos” soa como teatro para tentar blindar o ministro.

Falta de transparência mina credibilidade

Se Magnitsky era o único tema, por que esconder nas agendas e só admitir sob pressão jornalística? Senadores pedem CPI para escrutinar laços de Moraes com Vorcaro, enquanto TCU questiona a liquidação do Master.

A “bola de cristal” de Moraes ou desculpa frágil expõe risco à separação de poderes: um STF que lobea BC por bancos falidos não julga, interfere. Transparência total ou investigação independente urge para restaurar fé nas instituições.

Se mentiram, quais novos crimes cometeram Alexandre de Moraes e Galípolo?

Mentir sobre o motivo de reuniões entre autoridades públicas como Alexandre de Moraes e Gabriel Galípolo pode configurar crimes graves no Código Penal brasileiro, dependendo do contexto, como declarações públicas, documentos oficiais ou investigações em curso.

Falsidade Ideológica (Art. 299 CP)

Inserir declaração falsa em documento público ou particular sobre fato juridicamente relevante, com dolo de alterar a verdade, pena de reclusão de 1 a 5 anos e multa (aumenta em 1/6 se funcionário público prevalecendo-se do cargo).

Aplicável se agendas oficiais ou atas omitirem o real tema (Banco Master) para inserir “Lei Magnitsky”, prejudicando apurações futuras.

Falso Testemunho (Art. 342 CP)

Fazer afirmação falsa ou negar a verdade como testemunha, perito ou em processo judicial/administrativo/inquérito, pena de reclusão de 2 a 4 anos e multa (aumenta em 1/6 a 1/3 se suborno ou em processo penal). Relevante se prestarem depoimento mentindo em CPI ou investigação sobre os contatos de julho de 2025.

Prevaricação (Art. 319 CP)

Retardar ato de ofício ou omitir para satisfazer interesse pessoal, pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. Galípolo poderia incorrer se encobrir pressão de Moraes sobre o Master para evitar desgaste no BC.

Outros crimes conexos

  • Obstrução de Justiça (Lei 12.850/2013, art. 2º §1º): Promover testemunho falso ou impedir prova em investigação, reclusão de 3 a 8 anos e multa.
  • Perjúrio (PL 3148/21 em tramitação): Mentir como investigado em processo, pena proposta de 3 a 6 anos.
  • Falso Comunicação de Crime (Art. 340 CP): Denunciar fato falso, detenção de 1 a 6 meses.

Declarações públicas isoladas (como de Moraes em 22/12/2025) não tipificam diretamente, mas viram provas em inquérito; denúncia depende de investigação comprovando dolo e prejuízo à justiça.

Somadas as penas máximas dos principais crimes analisados — Falsidade Ideológica (5 anos), Falso Testemunho (4 anos), Prevaricação (1 ano) e Obstrução de Justiça (8 anos) —, o total pode chegar a 18 anos de reclusão, sem considerar multas ou agravantes. Ainda há 30 anos pelos crimes, se confirmada denúncia de Malú Gaspar no O Globo.

Moraes estaria sujeito a 48 anos de cadeia, caso essa história seja verídica e Malú Gaspar se consolidaria como jornalista séria.


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