Lindora mantém bloqueio de conta bancária de filha de jornalistas, pedido por Moraes

Moraes considerou arrecadação de dinheiro para manutenção de Oswaldo Eustáquio “sorrateira”

A Vice-procuradora-geral da República, Lindora Araújo manteve o bloqueio de uma das contas de Mariana Terena, filha de 15 anos dos jornalistas Sandra Terena e Oswaldo Eustáquio, que é também blogueiro e militante bolsonarista.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou bloquear as contas bancárias da filha do bolsonarista em março.

Eustáquio  está há sete meses foragido do Brasil depois de uma ordem de prisão  temporária dada por Alexandre de Moraes em 23 de dezembro de 2022. Na época, o ministro do STF viu “fortes indícios” de crimes de ameaça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a investigação, Eustáquio instigou a “animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes”, com declarações golpistas, e ameaçou policiais federais que cumprissem a ordem de prisão contra ele. “O comportamento de Oswaldo Eustáquio é gravíssimo e pode colocar em risco, inclusive, a vida do presidente da República eleito no pleito de 2022”, afirmou Moraes.

Três meses depois, em 13 de março, Moraes ordenou o bloqueio de automóveis, contas e cartões bancários e imóveis no nome do militante bolsonarista. Dez dias mais tarde, o ministro estendeu o bloqueio bancário também para a filha de Eustáquio, cuja conta era citada pelo militante em pedido de doações na internet.

Para o ministro, a estratégia foi “sorrateira”. “O investigado, de maneira sorrateira, está utilizando o perfil de sua própria filha para arrecadação de dinheiro, mediante propagação de mentiras”, afirmou Moraes, completando que esse dinheiro seria usado para evitar a prisão e cometer mais crimes. Um banco informou ao Supremo que a menina tinha duas contas: uma conta-corrente com R$ 6,3 mil, e um investimento em previdência privada de R$ 374,7 mil. As duas foram bloqueadas.

Em maio, a defesa da adolescente apresentou um recurso ao tribunal. A jovem foi representada por sua mãe, casada com Oswaldo, e um advogado. Segundo a defesa, a moça “é de boa fé”, e o bloqueio havia sido um “mal-entendido”. A filha do militante afirmou que usa o dinheiro para ir à escola, comprar lanche para seus irmãos menores e ração para seus cachorros.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com parte do argumento da jovem. Em junho, o órgão pediu o desbloqueio da conta com R$ 6,3 mil, mas não o do investimento de R$ 374,7 mil.

A vice-PGR Lindôra Araujo, a adolescente teria de detalhar a origem desses recursos. Moraes, então, intimou a filha de Eustáquio a dar essa explicação, e também questionou o Ministério da Justiça se Eustáquio havia conseguido um asilo político no Paraguai.

Oswaldo Eustáquio já foi preso por ordem de Alexandre de Moraes duas vezes no governo Bolsonaro, em 2020 e 2021. Atualmente, é investigado no STF pelos crimes de ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Em maio, Mariana e Eustáquio publicaram o pedido de doações nas redes sociais, veja:

 

 

 

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