Em acordo de delação premiada, ex-ajudante de ordens do ex-presidente afirmou que cumpria ordens
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse para a Polícia Federal, em sua delação premiada, que Bolsonaro mandou que ele fraudasse os cartões de vacina da Covid no sistema do Ministério da Saúde.
Cid afirmou à PF que Bolsonaro mandou fraudar o cartão de vacinação dele e de sua filha, Laura, de 13 anos. O tenente-coronel declarou que os documentos fraudados foram impressos e entregues em mãos ao então presidente, para ele usar quando “achasse conveniente”.
Em depoimento à PF, Bolsonaro alegou que não determinou e não tinha conhecimento das fraudes.
Mas Cid disse ainda que os dados falsos de Bolsonaro e Laura foram inseridos no sistema por servidores da prefeitura de Duque de Caxias (RJ) em 21 de dezembro de 2022, nove dias antes de o então chefe do Executivo viajar para os EUA.
Na época, as leis americanas exigiam dos viajantes comprovação de imunização contra a Covid.
A fraude nos cartões de vacina foi justamente o que provocou a prisão do ex-ajudante de ordens pela Operação Venire, da PF, no início de maio. De acordo com a investigação da Polícia Federal, o ex-presidente tinha “pleno conhecimento” das falsificações.
o advogado e ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten negou a acusação: “Eu garanto que o presidente nunca pediu nem pra ele, nem para a filha dele. Até porque o mundo inteiro conhece a posição dele sobre as vacinas, e o visto dele, como presidente da República, não necessitava de comprovante de vacina. A filha menor de idade também não tinha necessidade, razão pela qual não fez qualquer pedido ao tenente-coronel Mauro Cid sobre os certificados“, afirmou.