Francisco Wanderley morreu na Praça dos Três Poderes e deixou armadilha dentro de imóvel na Ceilândia
O autor do atentado ao STF na noite desta quarta-feira (13) mantinha um grande número de explosivos na casa alugada por ele em Ceilândia, no Distrito Federal.
Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, uma gaveta nesse imóvel gerou uma “explosão gravíssima” ao ser aberta por um robô antibombas da corporação na madrugada desta quinta-feira (14).
Em razão dessa medida de segurança, ninguém foi ferido pelo artefato. A parte interna da casa ficou destruída.
“Felizmente, utilizamos a boa doutrina da nossa instituição e da Polícia Militar também para fazer entrada nesse tipo de ambiente. E entramos com o robô, nosso robô antibombas. Entramos na residência, o robô entrou na residência e a ato contínuo ao abrir uma graveta para fazer a busca, houve uma explosão, uma explosão gravíssima. Salvou a vida de alguns policiais que se tivessem ingressado na residência, certamente não sobreviveriam àquela intensidade da explosão”, disse.
“Então, na residência encontramos também outros artefatos. Muitos, até pela sensibilidade, têm que ser destruídos. E outros materiais que coletamos, eu diria que de muita relevância”, prosseguiu.
Em suas postagens nas redes sociais, minutos antes de morrer, Francisco alertava sobre abrir gavetas.
As primeiras informações da investigação indicam, segundo Andrei Rodrigues, que houve um “planejamento de longo prazo” de Francisco Wanderley.
“Essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília. Inclusive, segundo relatos de familiares, estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo dizer se houve participação direta nos atos de 8 de janeiro, isso a investigação vai mostrar”, disse.
O homem, morador de Santa Catarina, estava já há alguns meses em uma casa alugada em Ceilândia, no Distrito Federal.
Andrei Rodrigues afirmou que a PF está analisando os materiais encontrados durante a investigação e, sem dar detalhes, disse que foi encontrada uma “caixa” durante a apuração.
Segundo o diretor da PF, as bombas eram de fabricação artesanal, mas de “alto grau de lesividade”.
Andrei afirmou que Francisco Vanderlei portava um extintor carregado com gasolina, simulando um lança-chamas. “Reitera a gravidade da situação que encontramos”, afirmou.
No porta-malas do veículo de Francisco Vanderlei, havia vários fogos de artifício montados sobre uma estrutura de tijolos com o objetivo de “canalizar” a explosão para uma única direção.