Delegada diz que crime não foi político, apesar de gritos de Lula, Bolsonaro, PT e jingles das campanhas

Evento político do PT que terminou em tiroteio e morte foi investigado em 6 dias

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Delegada que investigou rapidamente o assassinato, Camila Cecconello tipificou crime como motivo torpe.

O inquérito policial que apurava o assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda pelo policial penal federal e apoiador de Bolsonaro Jorge Guaranho, foi concluído em apenas seis dias.

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A decisão é considerada por juristas e políticos como completamente equivocada. A delegada da Polícia Civil Camila Cecconello deu detalhes de como ela acredita que o crime aconteceu em uma entrevista coletiva nesta sexta (15), uma semana apenas, após a tragédia. O crime foi no sábado passado (9).

Marcelo comemorava com uma festa, ter completado 50 anos de idade, quando foi morto a tiros, depois de sacar uma arma contra um policial penal bolsonarista, que o havia provocado com o som alto de um jingle de campanha do atual presidente, Jair Bolsonaro.

Escondido debaixo da mesa, Marcelo troca tiros com seu assassino, Jorge

O tema da festa, real motivo da desavença, segundo testemunhas, era campanha antecipada de Luís Inácio Lula da Silva, candidato do PT.

Campanha antecipada do PT terminou em tiroteio e morte

O assassino soube da temática da festa de Arruda em um churrasco com amigos, conforme a delegada Camila Cecconello, com uma testemunha que tinha acesso as imagens.

“Ele tomou conhecimento disso através de uma outra testemunha, que estava no churrasco, essa testemunha tinha acesso às câmeras de monitoramento desse clube onde a vítima estava fazendo a sua festa. Essa testemunha acessou essas imagens […]. Segundo os depoimentos testemunhais, o autor dos fatos está ali próximo e vê essas imagens da festa temática,” disse a delegada Camila Cecconello.

Após ver as imagens, segundo a testemunha, Guaranho perguntou onde estava sendo feita a festa, momento em foi informado do local, a Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu. Guranho permaneceu no local por mais um tempo.

Bolsonarista, o assassino Jorge costuma fazer símbolo em referência ao armamentismo, até debaixo d’água

Ao sair do churrasco, ele acompanhado pela mulher e o filho, se dirigem a associação onde ocorria a festa de Arruda com temática do PT e o ex-presidente Lula.

Ele chegou à associação ouvindo uma música referente a campanha do presidente Jair Bolsonaro, momento em que ocorreu a discussão entre a vítima e Guaranho, segundo Cecconelo.

“Se inicia então uma discussão segundo as testemunhas onde as partes falam então palavras apoiando Bolsonaro, contra o Lula, contra o Bolsonaro, a favor do Lula. As duas partes iniciam uma discussão sobre suas ideologias e seus pensamentos políticos. Nesse momento, a vítima acaba pegando um punhado terra, que tá ali no canteiro de entrada da associação e joga,” disse Cecconelo.

Durante a discussão, a mulher de Guaranho afirmou ter sido atingida pela terra, assim como o filho que estava no veículo e pede para ir embora. Os três saem do local.

A Polícia Civil concluiu, com base nos depoimentos, que Guaranho retornou tempo depois por ter se sentido humilhado. Quando voltou, o porteiro da associação tentou impedir que ele entrasse no local a pedido dos participantes da festa.

Neste instante, estas pessoas avisam Marcelo – que também era guarda municipal – sobre o retorno de Guaranho. Neste momento, ele aparece com uma arma na cintura. Arruda então caminha em direção a entrada do salão onde já se encontra o policial penal.

“O autor então visualiza o guarda municipal, saca também a sua arma de fogo. Nisso a esposa do guarda municipal, tenta intervir e se coloca no meio, pede que parem, que abaixe a arma. […] tanto a vítima quanto o autor ficam por cerca de três a quatro minutos um apontando a arma para o outro e ambos verbalizando baixe a arma, baixe a arma […] Até que o agente penitenciário efetua ele os primeiros disparos contra a vítima,” relatou a delegada.

Conforme ela, Guaranho efetuou cerca de quatro disparos. Destes, pelo menos dois atingiram Marcelo, que fez pelo menos 10 disparos contra Guaranho, que foi atingido por pelo menos quatro deles.

Conforme a delegada, na investigação ficou claro que Arruda agiu em legítima defesa.

“A vítima aponta a arma de fogo quando vê a volta do autor porque já sabia que o autor estava armado. Então, é uma atitude natural da vítima querer se defender. E naqueles segundos ali que um aponta a arma de fogo pro outro o Guaranhos que toma a decisão de efetuar o disparo, e não a vítima. Então, é difícil a gente falar que o Guaranhos agiu em legítima defesa num caso assim,” afirmou ela.

Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum, de acordo com a delegada Camila Cecconello. Ela firmou, no entanto, que não ficou comprovada a motivação política no crime e que ele teria ido ao local inicialmente para ‘provocar’ Arruda.

“Ele foi lá realmente no intuito de provocar a vítima. Então, nesse primeiro momento, fica muito claro eu houve uma provocação e uma discussão em razão de opiniões políticas. Agora, quando ele retorna pra casa e resolve voltar, não há prova nos autos suficientes que indiquem que ele voltou porque ele queria cometer um crime de ódio contra uma pessoa ou pessoas de outro partido político que ele voltou porque ele queria cometer um crime de ódio contra uma pessoa ou pessoas de outro partido político que não o dele,” afirmou a delegada.

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