Eduardo Leite deixa PSDB e redesenha cenário da terceira via rumo a 2026

Governador do Rio Grande do Sul, oficializou sua saída do PSDB, encerrando uma trajetória de 24 anos no partido

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, oficializou nesta quinta-feira (8) sua saída do PSDB, encerrando uma trajetória de 24 anos no partido que o projetou nacionalmente. A decisão, não apenas marca uma ruptura simbólica com uma legenda histórica, mas também representa um movimento estratégico com vistas às eleições presidenciais de 2026.

Caminho encerrado no ninho tucano

Leite vinha manifestando há meses o incômodo com o esvaziamento do PSDB. O partido, que já comandou o Palácio do Planalto e liderou grandes prefeituras e governos estaduais, chegou ao ponto mais baixo de sua história recente: sem prefeitos em capitais, sem vereadores na cidade de São Paulo e com baixíssima presença no Congresso. A saída de quadros importantes, como a governadora Raquel Lyra (PE), evidenciou a crise de identidade e de projeto da sigla.

A falta de estrutura nacional e alianças viáveis também pesou na decisão do governador, que almeja disputar a Presidência em 2026 como uma alternativa de centro à polarização entre Lula e Bolsonaro.

PSD no radar: Kassab abre as portas

O destino mais provável de Leite agora é o PSD, presidido por Gilberto Kassab, que há tempos corteja o governador gaúcho. Com a desistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de disputar o Planalto, o caminho ficou livre para Leite ocupar o espaço de presidenciável no partido.

No entanto, nem tudo são flores: há resistências internas no PSD, especialmente de senadores próximos ao governo Lula, como Otto Alencar (BA) e Omar Aziz (AM). Eles veem com reservas uma candidatura de oposição no partido. Mesmo assim, Kassab sinalizou apoio irrestrito ao projeto de Leite, apostando em seu perfil moderado e capacidade de articulação.

Riscos e apostas para 2026

A escolha pelo PSD pode dar musculatura partidária e palanque nacional ao governador, mas também o distancia de articulações já em andamento entre PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil. Dirigentes dessas siglas alertaram que Leite corre o risco de se isolar se seguir caminho próprio.

Apesar disso, ele parece disposto a bancar sua independência para construir uma candidatura fora dos polos tradicionais da política brasileira. Em entrevistas recentes, Leite indicou que deixar o cargo de governador “doeria mais” do que sair do PSDB, reforçando o peso emocional de sua decisão.

Nova fase, novos desafios

Ainda sem filiação oficial a outro partido, Eduardo Leite inicia agora uma fase de costura política intensa. A saída do PSDB, embora tardia para alguns analistas, lhe oferece liberdade estratégica para redesenhar seu papel no jogo político nacional.

Com um discurso centrado na racionalidade, na gestão e no diálogo, Leite aposta em se consolidar como a principal alternativa de centro à polarização de 2026 — mas precisará unir forças, superar resistências e mostrar viabilidade eleitoral em um ambiente político fragmentado.

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