G1 publicou título falso induzindo população a acreditar que PRF mandou barrar ônibus
O site G1 da Globo publicou na tarde dessa segunda-feira (19) uma informação falsa que não consta no depoimento de uma testemunha.
Segundo o G1, Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), teria afirmado em depoimento, nesta segunda-feira (19), que teria recebido ordem para bloquear ônibus, o que não é verdade.
Em seu depoimento, Adiel disse apenas que havia ordem para intensificar fiscalização de ônibus, uma diferença enorme com “bloquear” ônibus, como alardeia a manchete falsa do grupo Globo.
Veja a imagem da postagem abaixo:

Adiel disse que ouviu uma ordem do então diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, para que a inteligência do órgão atuasse para reforçar abordagens de ônibus e vans durante as eleições de 2022.
A orientação da chefia era que a PRF deveria “tomar um lado”, por determinação do diretor-geral.
O depoimento ocorreu durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), presidida pelo ministro Alexandre de Moraes. Adiel falou como testemunha de acusação na ação penal.
Segundo o servidor, ele foi convidado para participar de uma reunião dentro da PRF, sendo presidida por Djairlon Henrique Moura, que atuava como diretor de operações da corporação naquele momento.
“Entre as pautas que foram discutidas na reunião,o inspetor de Djairlon, que era o diretor de operações, ele pediu um apoio ao diretor de inteligência, inspetor Reischak [Luís Carlos Reischak], para que a inteligência apoiasse a a área de operações no indicativo de abordagens de ônibus e vans que tinham como origem os estados de Goiás, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro, e destino para o Nordeste”, relatou.
O relato de Alcântara indica que as orientações repassadas viriam do governo e a justificativa das ações seria “foco em segurança viária”. O ex-coordenador comentou com um colega que Silvinei Vasques, então diretor da PRF, teria sido “impróprio” nos pedidos de “policiamento direcionado”, de acordo com a denúncia da PGR, aceita pelo STF no caso do núcleo 1.
“O DG (diretor-geral) cobrou fotos das abordagens dos ônibus aos superintendentes. Eu era muito crítico à gestão do Vasques, porque ele estava muito próximo do ex-presidente e vinculando a imagem da corporação ao ex-presidente. Eu ouvi que era ordem do DG esse policiamento direcionado. Foram as nuances que fui juntando e cheguei a essa conclusão. Ele estava fazendo uma polícia de governo, não de Estado. Isso era muito ruim para a PRF”, afirmou Alcântara para o STF.
Na denúncia, a procuradoria afirma que o grupo usou recursos da PRF e do Ministério da Justiça para tentar barrar o voto de possíveis eleitores de Lula, na data do segundo turno. O ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, é réu no processo.

