Professores da educação básica iniciaram greve por tempo indeterminado. No quarto dia do movimento, categoria decidiu manter braços cruzados
Os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram dar continuidade à greve da categoria em uma assembleia na manhã desta quinta (5), . Essa foi a primeira reunião geral dos educadores desde o início da greve, na última segunda-feira (2).
A Justiça atendeu a um pedido do Governo do Distrito Federal (GDF) e definiu uma multa de R$ 1 milhão por dia mantido da greve, bem como o corte de ponto dos servidores que aderirem à greve por considerar o movimento “abusivo”.
O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) argumentou que a categoria tenta negociar com o GDF desde o início deste ano. No entanto, em 21 de maio, o Executivo local teria informado que não apresentaria qualquer proposta.
Também nesta manhã, durante uma agenda oficial de reinauguração da Praça do Relógio, em Taguatinga, o governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou dois movimentos de greve no Distrito Federal.
“Hoje, nossa oposição está, digamos assim, flácida e plasma. Então, estão trabalhando junto a esses sindicatos para tentar fortalecer uma base e concorrer às eleições do ano que vem. Agora, sempre estamos abertos à negociação. Não tem problema algum. Então, não vou deixar de administrar para todos, como viemos fazendo, e administrar para pequenos grupos”, declarou.
A categoria cobra reajuste salarial, a reformulação da carreira e nomeações de profissionais efetivos aprovados em concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF).
Antes da assembleia, diretores do Sinpro-DF participaram de reunião com representantes do GDF, inclusive da SEEDF e da Casa Civil. A categoria, porém, rejeitou a proposta apresentada pelo Executivo local para o fim da paralisação.
O governo distrital propôs a convocação de 3 mil professores em dezembro de 2025, com posse em janeiro de 2025; a prorrogação do prazo do concurso público em vigência; o lançamento de novo certame; e a construção do calendário do novo plano de carreira da categoria, com acompanhamento pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
Em relação à decisão que impôs a multa milionária, o Sinpro-DF protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (4/6), uma Reclamação Constitucional com pedido de liminar contra a decisão da Justiça local. O sindicato pede que a Suprema Corte suspenda a medida judicial, por justificar que ela ignora a “causa principal da paralisação”.

