O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu liminar nesta sexta-feira (26) para revogar a prisão preventiva de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, no Rio de Janeiro.
O rapper estava preso desde 22 de julho por acusações de associação ao tráfico de drogas, resistência qualificada, tentativa de homicídio contra policiais, desacato, entre outros crimes.
A decisão ocorre após recurso da defesa, que contestou a manutenção da detenção sem fundamentos concretos suficientes.Medidas Alternativas e Condições da LiberdadeCom a liberação pelo STJ, Oruam responderá em liberdade, mas sujeito a medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, como proibição de contato com testemunhas e restrição de saída do país. Ele cumpria pena no Complexo de Gericinó, em Bangu, conhecido por abrigar diversos presos ligados a facções criminosas.
A prisão ocorreu após uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes na residência de Oruam, no bairro Joá, Zona Oeste do Rio. A polícia buscava um menor foragido acusado de tráfico e roubo, encontrado na casa do rapper. Em meio à abordagem,
Oruam teria jogado pedras contra os agentes, que ficaram feridos, além de tentar impedir a prisão do menor. Ele foi indiciado por sete crimes, incluindo associação ao tráfico, resistência, desacato, ameaça e lesão corporal.Ligações com o Tráfico e Facção Comando Vermelho.
Oruam é filho de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Rio de Janeiro. A polícia aponta que ele mantém relações diretas com integrantes da organização, participando inclusive de eventos financiados por membros do grupo. Durante a operação, foi encontrada na casa do rapper uma pessoa procurada pela polícia que atua como segurança de um chefe do Comando Vermelho.
Vídeos postados por Oruam em redes sociais confirmam suas conexões com figuras de destaque do crime organizado, reforçando a suspeita de envolvimento em atividades ilícitas da facção.
Depois da prisão, Oruam foi alojado no Complexo Penitenciário de Gericinó, em uma cela individual, o que é incomum para presos ligados a facções. Isso ocorre para evitar conflitos diretos e proteger a segurança interna, embora mantenha relação próxima com grandes presidiários ligados ao Comando Vermelho. A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio ainda não detalhou oficialmente as razões da separação, mas o rapper é identificado como de “alto grau de periculosidade” pelas autoridades carcerárias.
A decisão do STJ abre caminho para que Oruam aguarde o julgamento em liberdade, o que pode causar debates na sociedade pela gravidade das acusações. A medida visa justamente garantir que não haja privação desnecessária da liberdade enquanto o processo corre.
A defesa comemorou a decisão, afirmando que havia excesso na manutenção da prisão preventiva e que o rapper não representa riscos concretos atuais. Enquanto isso, o Ministério Público promete acompanhar de perto o cumprimento das medidas cautelares e a continuidade da investigação sobre o envolvimento de Oruam no tráfico e outras práticas criminosas.

