Estão sendo cumpridos 26 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão
Na manhã desta terça-feira (30), a Polícia Civil da Paraíba, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) e a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagraram a Operação Asfixia, uma ação coordenada para desarticular o poder financeiro e a estrutura criminosa do Comando Vermelho na Paraíba e no Rio de Janeiro.Alvos principais e ações
O principal alvo da operação é Flávio de Lima Monteiro, conhecido como “Fatoka”, atual líder da célula do Comando Vermelho na Paraíba. Fatoka, que foi preso em novembro de 2018 na cidade de Japaratinga, Alagoas, fugiu do Presídio de Segurança Máxima da Paraíba em 10 de setembro deste ano junto com outros 92 detentos.
Mesmo foragido e escondido em uma comunidade dominada pela facção no Rio de Janeiro, ele continua comandando as ações da organização, principalmente na cidade de Cabedelo, município onde a célula da facção tem forte atuação.

Além de Fatoka, outros integrantes da facção criminosos refugiados em comunidades do Rio de Janeiro também estão na mira da operação, que está cumprindo 26 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita, Campina Grande, Cabaceiras, Nova Floresta, e em comunidades do Rio.
Ao todo, cerca de 150 policiais, divididos em 30 equipes, incluindo 27 da Polícia Civil e 3 do GAECO, participam da operação, com apoio de unidades especializadas: Grupo de Operações Especiais (GOE), Grupo de Operações com Cães (GOC), Desarme, UNINTELPOL e as Superintendências Regionais da Paraíba, além da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Esquema financeiro e empresas de fachada
As investigações revelaram movimentações financeiras atípicas da organização que ultrapassam R$ 250 milhões. O Comando Vermelho na Paraíba utilizava uma rede de “laranjas” e empresas de fachada para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Até o momento, foram bloqueados e sequestrados bens e valores que somam R$ 125 milhões.
Entre as empresas investigadas, estão estabelecimentos comerciais e imobiliárias que serviam como fachada para justificar o fluxo milionário de recursos.
A Polícia não divulgou publicamente nomes específicos dessas empresas para preservar as investigações, mas confirmou que o esquema envolvia empresários e pessoas próximas aos líderes da facção.
Confronto e policial baleado
Durante o cumprimento dos mandados em Cabedelo, um policial civil de 23 anos foi baleado em confronto com integrantes do Comando Vermelho. O agente foi encaminhado ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, onde permanece em estado estável.Impactos e próximas fases.
A Operação Asfixia representa um golpe significativo na capacidade operacional e financeira da facção na Paraíba, dificultando seu financiamento e ordens criminosas. A ação conjunta entre os estados reforça a cooperação entre as forças de segurança para combater o crime organizado com maior efetividade, segundoas autoridades.

