Narco Bet: operação desmonta esquema de R$ 630 milhões com apostas

Investigações da PF desmantelam grupo criminoso que utilizava métodos avançados de dissimulação financeira


A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (14), a Operação Narco Bet, que desmantelou um esquema milionário de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas.

O influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido nas redes sociais como Buzeira e o empresário Rodrigo Morgado foram presos na ação.

A operação é um desdobramento da Operação Narco Vela, que apurou o envio de grandes carregamentos de cocaína para a Europa por meio do transporte marítimo a partir do litoral brasileiro.

As investigações apontaram que dois irmãos estariam por trás do envio de cocaína em veleiros. Preso no Paraguai em 2019, Levi Adriani Felício, conhecido como “Mais Velho”, seria um dos envolvidos no esquema, além de seu parente Levi, Rodrigo Felício, o “Tico”. Ambos seriam membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).

São cumpridos 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O grupo criminoso utilizava métodos avançados de dissimulação financeira, movimentando valores em criptomoedas, remessas internacionais e empresas de fachada, para ocultar dinheiro do tráfico.

Carros de luxo apreendidos na operação Narco Bet da PF

Segundo as investigações, parte dos recursos lavados teria sido canalizada para empresas do setor de apostas eletrônicas, as chamadas “Bets”, com o objetivo de mascarar os ganhos provenientes do tráfico e inserir o dinheiro no sistema financeiro com aparência de legalidade.

Foram bloqueados bens e valores que ultrapassam R$ 630 milhões, para de descapitalizar a organização criminosa e reparar os danos causados pela lavagem internacional de capitais.

A operação conta com cooperação internacional da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), responsável por cumprir uma das ordens de prisão em território alemão contra um dos principais investigados, considerado principal no braço financeiro do esquema.

Segundo a PF, o grupo agia de forma estruturada e transnacional, operando em múltiplas camadas financeiras para dificultar o rastreamento dos recursos ilícitos.

Os investigados vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com aumento de pena previsto pela atuação além das fronteiras nacionais.

A Polícia Federal ainda não detalhou o nome das casas de apostas investigadas, mas apura-se que parte das plataformas usadas no esquema atua legalmente no país.


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