A Polícia Civil do Estado de São Paulo realiza nesta terça-feira (14) uma operação contra uma rede criminosa envolvida na produção e comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas por metanol.
Ao todo, 150 policiais civis cumprem 20 mandados de busca e apreensão. Sete serão cumpridos em endereços na capital e o restante em Santo André, Poá, São José dos Campos, Santos, Guarujá, Presidente Prudente e Araraquara.
A Operação Poison Source (“Fonte do Veneno”) foi deflagrada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo para desmantelar uma rede criminosa especializada na adulteração e comercialização de bebidas alcoólicas com metanol, substância altamente tóxica que já causou dezenas de casos de intoxicação no estado.
A investigação começou há cerca de dez dias, após a prisão em flagrante de um dos maiores fornecedores de bebidas falsificadas do Brasil, que vendia garrafas com rótulos, tampas e lacres intactos, tornando praticamente impossível identificar a fraude.
A partir desse flagrante, a polícia passou a identificar e rastrear os compradores dos produtos adulterados, que passaram a ser alvos da operação de hoje.
São 20 mandados de busca e apreensão, com foco em localizar e confiscar produtos, maquinários, insumos, celulares, documentos e outros objetos que evidenciem as atividades ilegais e ajudem a identificar todos os envolvidos.
Em São José dos Campos, ao menos um homem já foi preso em flagrante, com diversas bebidas adulteradas apreendidas em seu endereço.
A operação faz parte da força-tarefa criada pelo governo paulista em 30 de setembro para enfrentar o disparo de intoxicações por metanol, com novos registros em cidades como Osasco, São Bernardo do Campo e São Paulo.
O metanol, quando presente em bebidas adulteradas, pode causar risco de morte e sequelas irreversíveis.
Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, o Brasil soma 213 notificações de intoxicação por metanol, sendo 32 confirmações, 181 casos em investigação e outras 320 ocorrências descartadas.
O Vale do Paraíba, por exemplo, tem um caso confirmado e sete suspeitos sob análise.
Segundo a delegada Leslie Caran Petrus, coordenadora da ação, a quadrilha falsificava bebidas usando embalagens originais e adulterava o conteúdo com metanol, mascarando o produto final e dificultando a identificação pela fiscalização.
O objetivo agora é apreender todo o material usado e evitar a circulação de produtos perigosos, além de ampliar as investigações para outros possíveis integrantes da rede.
Segredo de Justiça e próximos passosAs investigações correm sob segredo de justiça, e o resultado das apreensões e prisões será divulgado pela Polícia Civil ao longo do dia.

