As delegações do Brasil e dos Estados Unidos fizeram uma reunião nesta segunda-feira (27), na Malásia, para debater o tarifaço de 50% a uma série de produtos brasileiros aplicado pelo governo Donald Trump, alémde punições à autoridades, como a Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes.
A reunião das delegações foi a primeira após o encontro, também na capital Kuala Lumpur, entre o presidente Lula e Trump.

A delegação brasileira foi liderada pelo chanceler Mauro Vieira, acompanhado por Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), e pelo embaixador Audo Faleiro, da Assessoria Especial da Presidência.
Já os Estados Unidos foram representados por Jamieson Greer, representante comercial (USTR), e pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Segundo comunicado oficial do Itamaraty, o objetivo do Brasil é reverter as tarifas extras e alcançar um acordo satisfatório para ambos os países nas próximas semanas. Vieira afirmou que o encontro serviu para estabelecer um cronograma de reuniões técnicas, com prioridade na defesa dos setores mais afetados pelo tarifaço norte-americano.
Declarações pós-reunião
Após a reunião, Mauro Vieira classificou o encontro como “positivo” e destacou o clima de cordialidade. Em nota à imprensa, disse: “Hoje pela manhã, como resultado do diálogo entre Lula e Trump, realizamos uma reunião com representantes comerciais e do Tesouro dos Estados Unidos para começar a negociar a extinção ou redução das tarifas. Concordamos em montar um cronograma de trabalho conjunto, incluindo rodadas na próxima semana em Washington. O foco será garantir um acordo equilibrado para os mercados dos dois países”.
Por parte americana, a orientação inicial é manter as tarifas até que as negociações técnicas avancem, mas Greer ressaltou que Washington está “aberta ao diálogo” e pronta para ouvir os argumentos comerciais e jurídicos do lado brasileiro.
A reunião foi resultado direto do pedido de Lula, que reiterou pessoalmente a Trump que as tarifas não têm base técnica e prejudicam tanto exportadores quanto consumidores. Trump elogiou Lula como “muito vigoroso e impressionante” e disse que, ainda que não haja garantia de acordo imediato, “o Brasil quer fazer um acordo, vamos ver.
Ambos os presidentes deram instruções para acelerar o processo de negociação. Nova rodada de conversas técnicas está marcada para semana seguinte em Washington, com expectativa de avanço sobre as demandas brasileiras.
Perspectiva crítica
Não foi anunciada suspensão ou redução imediata das tarifas, nem punições como a LeiMagnitsky.
As delegações consideraram a reunião um primeiro passo para “destravar a crise comercial” e “restaurar a confiança diplomática” entre Brasil e Estados Unidos. Analistas do Itamaraty apontam que as negociações devem ser “intensas e complexas”, com alta dependência das próximas decisões políticas e de eventuais pressões de exportadores americanos e brasileiros.
As taxas continuam em vigor e as punições também.



