Pela fórmula atual de correção, salário mínimo subirá 2,5%, por conta da alta do PIB de 2024, e mais a variação da inflação em 12 meses até novembro do ano passado
O governo federal confirmou que o salário mínimo nacional será de R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026, valor que substituirá o piso atual de R$ 1.518.
O novo mínimo foi anunciado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve de base para o reajuste anual.
Reajuste e política de valorização
O aumento de R$ 103 representa um reajuste de cerca de 6,8% em relação ao valor em vigor neste ano. [1][3] Esse percentual resulta da combinação da inflação acumulada medida pelo INPC, próxima de 4,2% em 12 meses, com um ganho real em torno de 2,5%, limite estabelecido pela regra de correção vinculada ao arcabouço fiscal.
De acordo com a política de valorização em vigor desde 2025, o salário mínimo passa a ser corrigido todos os anos pela inflação do período mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, respeitando o teto de 2,5% para o crescimento acima da inflação. Com isso, o governo busca assegurar alguma recuperação de poder de compra aos trabalhadores, sem romper as metas de controle de gastos públicos definidas pelo novo regime fiscal.
Impacto nas contas públicas e na economia
A elevação do piso nacional tem impacto direto sobre benefícios previdenciários, assistenciais e trabalhistas indexados ao salário mínimo, como aposentadorias, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e seguro-desemprego.
Estimativas da área econômica apontam para um acréscimo de dezenas de bilhões de reais na despesa da União em 2026, o que exigirá revisão dos cálculos do Orçamento, já que as projeções anteriores trabalhavam com valores um pouco mais altos, entre R$ 1.627 e R$ 1.631.
Ao mesmo tempo, o reajuste tende a injetar renda adicional na base da pirâmide, favorecendo o consumo de bens essenciais e serviços locais em todo o país.
Especialistas destacam que, embora o ganho real seja modesto, ele consolida uma trajetória de recuperação do salário mínimo após anos de correção apenas pela inflação, reforçando a importância do piso como referência de renda para mais de 50 milhões de brasileiros.
Próximos passos legais
O novo valor passará a valer oficialmente após a edição do decreto presidencial ou medida provisória que fixará o salário mínimo de 2026, com vigência a partir de 1º de janeiro.
A mudança se refletirá nos contracheques dos trabalhadores que recebem o piso nacional a partir do pagamento referente ao mês de janeiro, geralmente depositado em fevereiro, e também servirá de base para negociações salariais em diversas categorias profissionais.



