Somente o Senado Federal tem o poder de iniciar um processo de impedimento de integrantes da cúpula do judiciário brasileiro, os onze ministros do Supremo Tribunal (STF).
A bancada governista no Senado Federal foi acionada pela Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro para pressionar o presidente Congresso na tentativa de acelerar a tramitação de pedidos de impedimento de ministros da Suprema Corte.
Os aliados do Palácio do Planalto querem que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), coloque em votação projeto que estabelece prazo de 15 dias para um pedido de impeachment ser avaliado pela cúpula do Senado.
Atualmente, há 27 pedidos de impeachment de ministros do STF sem análise na Casa, 12 deles contra Alexandre de Moraes. Os processos dependem, primeiro, de uma decisão do presidente do Congresso, que no momento é Pacheco. No ano passado, o presidente do Senado rejeitou um pedido protocolado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro contra Alexandre de Moraes.
O senador Lasier Martins (Podemos) lidera o movimento de pressão a Pacheco. Segundo ele, pelo menos 20 senadores apoiam o projeto. Integrantes do Centrão têm acompanhado a movimentação sem se opor à iniciativa. Alvo de investigações conduzidas pelo STF ainda na época da Lava Jato, eles têm evitado se expor diretamente.
Em outra frente, um grupo que inclui o senador Renan Calheiros (MDB) e a pré-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) age para proteger o STF das investidas de Bolsonaro.
Há também uma movimentação da bancada bolsonarista na Câmara. Um projeto de autoria do deputado Paulo Eduardo Martins (PL) inclui na lista de possíveis crimes de responsabilidade dos ministros manifestar opinião sobre processo pendente de julgamento ou sobre atividades dos outros Poderes.