A última pesquisa divulgada pelo Datafolha diz que, para 56% dos brasileiros, as declarações do presidente Jair Bolsonaro com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devem ser levadas a sério pelas instituições.
Para 36% dos entrevistados, as afirmações do presidente não terão consequências e 8% deles não souberam dizer. Os índices são muito próximos aos dados do último levantamento em relação a esses temas, realizado em maio pelo mesmo instituto de pesquisa.
Segundo a pesquisa do Datafolha, apesar de a maioria acreditar que Bolsonaro fala sério em suas ameaças, só 37% acreditam que Bolsonaro pode sim ir em frente. A Datafolha encontrou os mesmos 56% dos que acreditam nas ameaças de entrevistados que não acreditam que possa haver um golpe.
A pesquisa foi realizada por telefone nas últimas quarta (27) e quinta (28), com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.
No último dia 7, o presidente fez um discurso marcado por ataques à imprensa, à oposição e a ministros do STF em cerimônia no Palácio do Planalto. Além de repetir acusações sobre as urnas eletrônicas e criticar medidas dos magistrados, o presidente indicou que pode não cumprir determinadas decisões da Corte.
“Eu fui do tempo que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo, não sou mais! Certas medidas saltam aos olhos dos leigos. É inacreditável o que fazem: Querem prejudicar a mim e prejudicam o Brasil”, disse o presidente. A frase era uma referência à questão do marco temporal da demarcação das terras indígenas, que estava na pauta da Corte deste mês, mas acabou adiada.
Em convenção do PL, realizada na manhã do último domingo (24) no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro convocou apoiadores para as ruas no dia 7 de setembro.
“Nós somos a maioria, nós somos do bem, nós temos disposição para lutar pela nossa liberdade, pela nossa pátria. Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de Setembro, vá às ruas pela última vez”, disse.
