Dados são de boletim divulgado às 6h30; grupos pedem intervenção militar
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, às 6h30 desta quarta-feira (2), havia 167 bloqueios notificados em rodovias federais do país, realizados por grupos contrários ao resultado das eleições que deramvitóriaao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A PRF afirma que já desfez 563 manifestações. Os grupos ocupam as rodovias desde domingo (30), após o anúncio do resultado da eleição que deu ao PT, mais quatro anos no poder.
Na segunda (31), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a corporação e as polícias militares reprimem as manifestações e liberem as vias tomando quaisquer medidas necessárias para desobstruir as vias.
Os bloqueios em rodovias estaduais e federais entraram no terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (2).
Por causa dos bloqueios, 25 voos que sairiam do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foram cancelados entre segunda e esta terça. A pista só foi aberta por volta das 10h. No Terminal Rodoviário do Tietê, um dos maiores da América Latina, 880 ônibus foram cancelados.
Os impactos são sentidos também na indústria. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu alerta para “iminente risco de desabastecimento e falta de combustíveis, caso as rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas” e informou que “as indústrias já sentem impactos no escoamento da produção” e que “as paralisações já atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais”.
Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes reiterou que as polícias militares dos estados são capazes de desobstruir rodovias federais bloqueadas e identificar, multar e prender os responsáveis.
Normalmente isso cabe a PRF, mas o STF determinou que a PM possui “plenas atribuições constitucionais e legais para atuar” na questão. Até esta terça-feira, ao menos 13 estados e o DF determinaram que a PM atuasse para liberar as rodovias.
Em alguns locais, a PM chegou a usar bomba de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes, como ocorreu em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre. No Rio Grande do Norte, houve uso de spray de pimenta. Em São Paulo, a Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada para retirar os manifestantes.