PT fica encurraldo entre a validade das delaçoes e a nulidade das confissões.
Em seu acordo de delação premiada, o ex-PM Élcio de Queiroz acusou o bicheiro Bernardo Bello de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
O contraventor já é investigado como um dos líderes do jogo do bicho no Rio de Janeiro.
O grupo de Bello teria fornecido um celular para Ronnie Lessa – apontado como o autor dos disparos contra Marielle e Anderson – e o carro usado pelo ex-PM no dia do crime.
Bello foi alvo na quinta-feira passada da Operação Ás de Ouros 2, pela morte de um advogado, e está foragido.
Na delação premiada de Élcio Queiroz, acusado de participar do assassinato de Marielle, em 2018, ele detalha como era sua amizade, de mais de 30 anos, com Ronnie Lessa, outro acusado pelas mortes.
A retomada pública do caso Marielle pôs em questão a delação premiada, tão criticada pelos petistas e seus satélites durante a Operação Lava Jato e, agora, classificada como essencial para a retomada do caso do assassinato da ex-vereadora.
Wadih Damous, que hoje é auxiliar do ministro da Justiça Flávio Dino, tentou esvaziar o instituto da delação quando era deputado.
O ex-procurador Deltan Dallagnol, que teve a eleição de deputado anulada pelo TSE, questionou questionou: “Delação agora é prova?”.
O PT agora vai ter de decidir se as delaçoes dos envolvidos no petróleo, que levaram às investigações contra Lula seriam ou não provas válidas, como querem agora, no caso Marielle. Querem ou queriam, já que a delação ainda não implicou grandes adversários do PT.