Ex ajudante de ordem de Bolsonaro tentou vender relógio por 60 mil dólares
Informações do G1
Segundo parlamentares, documentos enviados à CPI dos Atos Golpistas no Congresso mostrariam que Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tentou vender um relógio Rolex recebido em viagem oficial.
Os e-mails obtidos pela CPI foram revelados pelo jornal “O Globo” nesta sexta-feira (4).
Em 11 de novembro de 2019, o Rolex foi protocolado no Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do gabinete da Presidência da República como “acervo privado”.
Nesse mesmo registro, consta uma liberação do relógio no dia 6 de junho de 2022.
Essa é a mesma data em que, segundo integrantes da CPI dos Atos Golpistas, Mauro Barbosa Cid trocou e-mails em inglês para tratar de uma possível venda do relógio por US$ 60 mil (mais de R$ 291 mil).
Os e-mails não deixam claro quem estava negociando com o então ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo o relatório, na época, Mauro Cid se correspondia com Maria Farani, que assessorava o Gabinete Adjunto de Informações do gabinete pessoal de Bolsonaro.
Os e-mails não deixam claro quem estava negociando com o então ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo o relatório, na época, Mauro Cid se correspondia com Maria Farani, que assessorava o Gabinete Adjunto de Informações do gabinete pessoal de Bolsonaro.
Maria foi desligada da Presidência da República em janeiro de 2023. Em um dos e-mails obtidos pela CPI, enviado por Maria Farani, a mensagem diz, em inglês.
O Texto foi traduzido para português:
“Olá Mauro, obrigada pelo interesse em vender o seu Rolex. Tentei falar com você por telefone mas não consegui. Pode por favor me falar se você tem o certificado de garantia original do relógio?”
“Quanto você espera receber por essa peça? O mercado para Rolex usados está em baixa, especialmente para relógios cravejados de platina e diamante (já que o valor é tão alto). Só queria me certificar de que estamos na mesma linha antes de fazermos muita pesquisa. Espero ouvir notícias suas.”
Segundo os documentos obtidos pela CPI, Mauro Cid responde à mensagem de Maria Farani. Neste caso, o material da CPI não indica o cabeçalho da mensagem (com data e autor), somente o conteúdo:
“Olá …, Nós não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em viagem oficial de negócios. O que temos é o selo verde de certificado superlativo, que acompanha o relógio. Além disso, posso certificar que o relógio nunca foi usado. Pretendo receber por volta de $ 60.000 pela peça. Agradeço o retorno rápido. Mauro Cid.”
Em nota divulgada após o tema do relógio se tornar público, Farani disse que, a pedido de Cid, pesquisou na internet sobre possíveis compradores. E que, em seguida, apenas reenviou os e-mails para Cid com as respostas.
Veja a íntegra da nota:
Com relação às informações divulgadas na imprensa acerca do relógio Rolex que o ex-assessor Mauro Cid teria tentado vender, esclareço que:
1. Exercia a função de secretariado executivo no Gabinete Pessoal da Presidência da República.
2. A pedido de Mauro Cid, por falar inglês, realizei uma pesquisa na internet para identificar possíveis compradores de relógio.
3. Apenas enviei os e-mails e, ao receber respostas, retransmiti ao endereço eletrônico de Mauro Cid.