Medo pós-8/1, travas para mobilização e calor extremo esvaziam atos no 15/11 um ano após lotarem as ruas e quartéis
As manifestações pela destituição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e impedimento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (15) tiveram baixa adesão, em relação às manifestações anteriores, por conta do medo das punições impetradas pelo STF resultantes do dia 8 de janeiro, segundo organizadores e participantes.
Mas as movimentações demonstram que pouco a pouco, a direita volta à carga contra o que considera abuso do poder e crime na soltura, anulações de condenações de Lula e mão pesada do judiciário contra as reclamações por manifestações livres.
Em Brasília, os manifestantes fizeram uma caminhada de 1 km no Eixo Monumental, que fica fechado aos carros em finais de semana e feriados. Eles pararam em frente à sede do Banco Central, e fizeram discursos.
Entre as palavras de ordem, a principal foi “Senado, pare o STF”, além de exaltações a Bolsonaro e críticas ao presidente Lula (PT), chamado de ladrão.
Pelo menos 14 capitais do Brasil registraram atos que acontecem, além de Brasília, em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Goiânia, Natal, Florianópolis, Cuiabá, Campo Grande, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Vitória e Salvador.
Em São Paulo, os manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, mas tiveram dificuldades de mobilização devido ao fato da Polícia Militar ter mudado na última hora o local onde foi autorizada a concentração do ato. A manifestação começou por volta das 14h.
Em Minas Gerais, manifestantes ligados ao movimento patriota se reuniram na avenida Coronel Oscar Paschoal, em frente ao Mineirão, em BH, durante a manhã.
O objetivo do movimento foi comemorar a Proclamação da República e pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eles acharam que a direita ia morrer, mas eles estão errados. Nós estamos mais vivos do que nunca. Nós não aceitamos e não reconhecemos o governo desse descondenado, desse bandido, que tinha que estar pagando a sua pena, porque ele roubou o povo brasileiro, enganou essa nação. Lula ladrão seu lugar é na prisão”, disse um dos manifestantes em cima da carreata que seguiu atéa Praça da Liberdade.
Em comparação a manifestações anteriores, o número de camisas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi bem menor, apesar de comerciantes venderem os produtos e de declarações dele serem reproduzidas em um carro de som.
No Rio de Janeiro, a manifestação seria na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, mas foi interrompida pelos agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública sob alegação de que a atividade não foi comunicada ou autorizada previamente às autoridades.
Mesmo assim, manifestantes permaneceram na rua com pedidos de “fora Lula” Os manifestantes se reuniram vestidos de verde e amarelo, carregavam bandeiras do Brasil.
Um dos bolsonaristas revoltado com a ação dos agentes da prefeitura se jogou no chão no asfalto quente embaixo da viatura policial, na tentativa de impedir que os agentes avançassem.
Em Mato Grosso do Sul, com pedidos de impeachment contra o presidente Lula (PT), manifestantes se reuniram na Praça do Rádio no feriado nacional da Proclamação da República.
Em Salvador na Bahia, os manifestantes pelo afastamento de Lula e ministros do STF se reuniram no Farol da Barra.