Herdeiras de R$9 bilhões vendem terreno por R$370 milhões no maior negócio imobiliário já feito no Rio de Janeiro

Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Eliana são as cinco herdeiras do banqueiro Aloysio de Andrade Faria, que morreu em 2020

As cinco herdeiras do banqueiro Aloysio de Andrade Faria, que morreu em 2020, concretizaram a venda de um terreno de 30 mil metros quadrados, localizado na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). As construtoras Tegra e São José adquiriram a área pelo montante de R$ 370 milhões.

O terreno representa a maior extensão de terra ainda não construída na região. A transação realizada pelas sucessoras do fundador dos bancos Real e Alfa destaca-se como a mais significativa no mercado imobiliário do Rio de Janeiro.

O terreno foi inicialmente adquirido por Aloysio em 1989, com a intenção original de construir um hotel da rede Transamérica no local.

Após a morte do banqueiro Aloysio de Andrade Faria, em setembro de 2020, aos 99 anos, suas cinco filhas, herdeiras diretas, deram início ao processo de alienação do considerável patrimônio familiar. Lúcia, Junia, Flavia, Claudia e Eliana concretizaram o maior negócio imobiliário do século na cidade do Rio de Janeiro.

Aloysio sempre optou por manter a família afastada dos negócios, dando preferência à profissionalização na gestão das empresas. Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Eliana, cada uma detendo 20% dos negócios, familiarizaram-se com os ativos do conglomerado antes de qualquer decisão relativa a investimentos ou venda de empresas.

Lucia de Campos Faria e Junia de Campos Faria Ziegelmeyer residem em São Paulo, Flávia Faria de Vasconcellos vive no Rio de Janeiro, Cláudia Faria reside em Nova York, e Eliana Faria está estabelecida em Londres.

A irmã mais jovem, Lucia, foi proprietária do restaurante Alucci Alucci, o qual terminou suas atividades em julho de 2017 após 14 anos de funcionamento. Além disso, ela é autora dos livros de culinária Banquete dos Sentidos. Lucia foi casada com o economista Carlos Nascimento, que dedicou 20 anos de sua carreira ao conglomerado do ex-sogro.

Flávia reside no Rio de Janeiro, onde estabeleceu a loja Babuska, uma versão carioca da marca de sorvetes do grupo, conhecida como La Basque. Além disso, ela é autora do livro Babuska: Um Sonho de Sorvete.

Quem era Aloysio
O empresário Aloysio de Andrade Faria desempenhou o papel de controlador do Banco Real até a década de 1990 e foi o fundador do Conglomerado Alfa, que abrange empresas nos setores financeiro, hoteleiro, alimentício, agronegócio, aéreo e de mídia.

Aloysio ocupava a posição de banqueiro mais idoso na lista da revista Forbes e era o terceiro bilionário mais longevo, detendo uma fortuna estimada em US$ 1,7 bilhão (aproximadamente R$ 9 bilhões).

Ele era reconhecido como uma pessoa reservada, conquistando o apelido de “banqueiro invisível”. Formado em Medicina Gastroenterológica, aos 28 anos herdou o Banco da Lavoura, estabelecido em 1925 por seu pai, Clemente Faria, em colaboração com o irmão Gilberto Faria. Aloysio assumiu a liderança da instituição a partir da década de 1940. Em 1972, o banco teve sua denominação alterada para Real.

No período em que Faria esteve à frente do Banco Real, a instituição financeira ascendeu para se tornar a quarta maior do segmento no país. Em 1998, o banqueiro alienou o Real para o grupo holandês ABN Amro por aproximadamente US$ 2,1 bilhões. Posteriormente, o banco foi integrado ao Santander em 2007.

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