Homem rocurou as unidades de saúde em Praia Grande (SP) por três vezes, mas nas duas primeiras, não recebeu o soro antiaracnídico, nem mesmo após ter encontrado os aracnídeos venenosos em casa
O garçom Wilker Guimarães, de 31 anos, foi picado por uma aranha-marrom enquanto dormia em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele terá o dedo indicador amputado porque o membro necrosou em decorrência do veneno do aracnídeo.
Wilker Guimarães afirma que foi vítima de negligência médica já que foi duas vezes à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia mas, segundo ele, nada foi feito.
Na terceira vez, na UPA Central, ele disse ter recebido um soro antiaracnídico.
Em uma vakinha online para custear seu tratamento e ajudar no aluguel, Guimarães relatou que, após a picada em 28 de dezembro de 2023, está tendo dificuldade para custear seus gastos.
Wilker Guimarães contou ter levado a picada em 28 de dezembro, quando acordou por volta das 7h com uma dor na mão. Passado algum tempo, ele começou a sentir o dedo latejar e notou um pequeno corte no local. Na UPA Samambaia, ele foi orientado a tomar antialérgico e remédios para dor.
“Foi uma negligência médica. Levei a picada e após 2 horas fui ao médico. Ele [médico] falou que poderia ter sido de aranha ou escorpião”, explicou. Apesar da avaliação, Guimarães disse que o profissional não receitou o soro.
Guimarães disse que voltou para casa e encontrou algumas aranhas no apartamento. Diante da situação, ele resolveu retornar à UPA para contar o que tinha visto, relatar os sintomas e informar sobre as orientações dadas pelo primeiro médico.
O médico do retorno, no entanto, o teria questionado se haviam receitado antibiótico. Depois, passou mais medicamentos para continuar o tratamento.
No dia 29, ainda com muita dor, o paciente resolveu ir à UPA Central. Na unidade, uma enfermeira viu o dedo roxo e questionou se Guimarães havia procurado um médico antes. Ele contou a história e foi transferido para a UPA Quietude, onde finalmente recebeu o soro antiaracnídico.
Guimarães voltou a ser transferido, agora para o Hospital Irmã Dulce. Ele continua internado e aguardando pelo procedimento cirúrgico.
O garçom lamentou as condutas médicas. Ele acredita que se tivesse recebido o tratamento adequado para a picada da aranha venenosa desde o começo, logo no primeiro dia, talvez não tivesse que amputar o dedo indicador da mão esquerda.
Wilker está com uma bolha no local lesionado e, segundo ele, por isso ainda não passou pela cirurgia. “Corre o risco de amputar [com a bolha] e ter que fazer mais uma cirurgia. Estão aguardando a delimitação da necrose para amputar uma vez só”.
Em nota, a Prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), informou que o paciente foi vítima de ferimento por picada de aranha, evoluindo com necrose de pododáctilo esquerdo [do dedo], o qual não tem relação com a realização do soro no início do quadro.
Segundo a administração municipal, o paciente está internado e sob os cuidados da ortopedia. Ele aguarda a delimitação da necrose para amputação do dedo afetado. A Sesap disse, ainda, que vai apurar o caso.