Ex-presidente não citou o STF, nem o ministro Alexandre de Moraes, mas pediu anistia aos presos do 8 de Janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou citar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, e disse buscar “a pacificação para passar uma borracha no passado”.
Mesmo assim, Bolsonaro pediu anistia para os presos de 8 de janeiro.
Em discurso para milhares de apoiadores que lotaram a Avenida Paulista neste domingo (25), para defendê-lo das investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha tramado um golpe de Estado em 2022.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração, é trazer a classe política para o seu lado, empresários. Nada disso foi feito no Brasil”, disse Bolsonaro em cima do trio elétrico na Avenida Paulista, na tarde deste domingo.
Sem citar o STF e as condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível, Bolsonaro disse que “não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser por um motivo justo”. “Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando um adversário do cenário político”.
O ex-presidente disse que não concorda com os atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, mas defendeu uma “anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília”. Segundo ele, … esse povo brasileiro não merece estar vivendo por este momento, onde tão poucos, pouquíssimos, causam tão mal a todos nós”.
“Teria muito a falar, tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado, é buscar uma maneira de nós vivermos em paz”, disse Bolsonaro.
Milhares de apoiadores de Bolsonaro ocuparam quase toda a extensão da Avenida Paulista neste domingo, no ato convocado por ele após a operação da Polícia Federal (PF) que investiga um suposto plano de golpe de Estado, que teria sido tramado em 2022.
Os manifestantes atenderam ao pedido do ex-presidente e foram ao ato sem faixas e cartazes contra o STF e seus ministros.
Na ocasião, Bolsonaro disse que não cumpriria ordens do STF, que jamais seria preso e xingou o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que pesam sobre ele, de “canalha”.
Neste domingo, Bolsonaro subiu no trio elétrico por volta das 15h, segurou uma bandeira de Israel e acenou para a multidão que o aguardava
Antes de Bolsonaro, discursaram o pastor Sila Malafaia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro e depois deputados federais e um senador.