Segundo investigações, policiais cometeram ‘falha de procedimento’ por não submeterem Fernando Sastre ao exame
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou nesta terça-feira (23) que as imagens das câmeras corporais dos policiais militares que atenderam a ocorrência do acidente entre um Porsche e um Sandero, em São Paulo, comprovam que houve erro dos agentes que não fizeram o teste do bafômetro e deixaram o motorista do carro de luxo ir embora sem conduzi-lo à uma delegacia.
O acidente provocado pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista do Porsche, deixou um morto e um ferido em 31 de março deste ano.
Os vídeos das câmeras corporais dos agentes da Polícia Militar (PM) foram entregues à Polícia Civil.
Os PMs liberaram o motorista, segundo eles, com a promessa da mãe de Fernando, de que levaria o filho ferido na boca para um hospital, o que não ocorreu.
Agora, a Corregedoria da PM apura a conduta dos PMs e poderá puni-los pela falha. Em comunicado a pasta disse que “A Secretaria da Segurança Pública informa que a sindicância aberta pela Polícia Militar concluiu, a partir da análise das imagens de câmeras corporais, que houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência pelo fato do motorista não ter sido submetido ao teste de alcoolemia. Diante disso, foi aberto um procedimento para a responsabilização dos policiais“.
Laudo da Polícia Técnico-Científica apontou que a velocidade média do Porsche conduzido por Fernando estava a 156,4 km/h momentos antes de bater na traseira do Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.
O Sandero transitou entre 40 km/h e 38,3 km/h. O limite máximo para a via é de 50 km/h; e o mínimo de 20 km/h.
Ornaldo morreu num hospital após o acidente e o passageiro amigo do carro de luxo, o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do carona, ficou gravemente ferido, mas já teve alta médica.
O inquérito do caso do Porsche ainda não foi concluído. “Nos próximos dias será realizada uma reconstituição 3D para auxiliar no trabalho de investigação, que está na fase final. O caso está sob segredo de Justiça e detalhes serão preservados”, completou a Secretaria da Segurança.